O Leopardo _ Capítulo um: Sem manchas_
Um leopardo-das-neves rondava na frente de sua toca, a boca aberta, mostrando parcialmente suas presas ameaçadoras, a cauda longa e espessa chicoteava no ar em ansiedade, uma forte nevasca decidiu dar as caras justo nesse dia, parecia até mesmo um aviso daqueles que ficavam lá em cima.
Ele para e fareja o ar, ainda com a boca aberta, sentiu o cheiro do filhote, o Curandeiro, que era um Leopardo-das-Neves com a expressão velha e o pelo mais longo, aparece por entre a cortina de samambaias, que resistiam ao clima frio, ele pisca, logo o mais novo se acalmará, respirando fundo.
- Pode entrar, mas, terá um surpresa - A voz cansada e rouca do Curandeiro corta a nevasca, chegando em seus ouvidos. O Alfa mexe as orelhas na direção do ancião, e os olhos azuis se nublam em preocupação, detalhe que o velho não deixou passar.- O Filhote nasceu saudável, mas...- Antes mesmo que ele acabasse, o macho entra com a metade do corpo para dentro da caverna, onde estava mais quente, as samambaias se derrapavam em cima de seus ombros largos.
Sua companheira o olha, seus belos olhos verdes arregalados e cansados, arfava um pouco. Ele observa por alguns momentos a respiração dela, o peito subindo e descendo, logo algo chamou sua atenção, ela tira a pata da frente e mostra o pequeno filhote.
- Sem manchas... - Ele entra por completo na toca, se sentando com a cauda a frente das patas, ele não sabia se sentia desgosto ou felicidade.
O Curandeiro entra, olhando o Alfa. - Nossos antepassados diziam que quando o Leopardo sem manchas vier... -
- Haverá a destruição por onde ele passar - Completa o Alfa, ele fecha os olhos e suspira. - Não posso abandonar a pequena no frio - O mais velho torce seu focinho. - Somos leopardos, não coiotes - Dispara, os ombros largos tensionados. - Cuidaremos dela até que tenha idade para se virar, e então, a expulsaremos - Disse, agora mais calmo, hesitante, o Curandeiro concorda, saindo da toca do Alfa.
A companheira, agora, dirige seu olhar para o pequeno filhote, que mamava, os olhos cor de jade estavam brilhando em carinho, mas também em preocupação, o Alfa se deita ao lado dela, a envolvendo com sua longa cauda, ronrona reconfortante. Ela ronrona de volta, e pisca agradecida com o carinho, cansada, apoia sua cabeça sobre suas grandes e felpudas patas, não se passa mas nenhum segundo e o macho pode notar a respiração da companheira mais calma, ela dormia.
Ele suspira, e olha para o lado de fora, a nevasca continuava, densa e forte, deixando a paisagem mais branca que o normal, os outros leopardos se encontravam em suas tocas, ele olha de relance para o pequeno filhote, podia acabar com aquilo agora, mas... Não conseguia. Como teria coragem de matar seu próprio filho? Cansado, ele se deita devidamente, e fecha os olhos.
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O filhote olhava diretamente para a cortina de samambaias, queria sair e ver o mundo lá fora, os olhos amarelos e brilhantes como duas estrelas olhavam atentamente o farfalhar das samambaias, ele deu um passo para fora da toca, uma rajada de vento frio o envolveu e o botou delicadamente entre as patas de sua mãe, os olhos jade o observavam com reprovação.
- Sora, já conversamos sobre isso - a voz geralmente carinhosa, estava levemente ameaçadora, o pequeno tremeu.
- Desculpe mamãe, eu apenas queria ver como é lá fora... - O tom de voz do filhote era triste, sua mão percorre os olhos, olhando os pelos do filho, sem mancha alguma.
- Eu o mantenho aqui para seu bem, minha criança. - Os olhos dourados olham para ela.- Vamos refazer suas lições de caça.- Ela citou como se caça cervos, furões, alces, diversos outros animais, mas o jovem não prestava atenção, olhava diretamente para a entrada da toca, conseguia sentir o cheiro de outros Leopardos, de diversas idades que passavam por ali, mas os únicos que ele já havia visto na vida eram seus pais e o Curandeiro, cujo não tinha muita simpatia com.
Sora suspira, iria sair quando sua mãe dormia, no final da tarde, enquanto isso, ele fingira prestar atenção nas lições de sua mãe.
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As luzes alaranjadas entravam com delicadeza na toca, a fêmea dormia, a respiração calma preenchia o ar, o filhote se levanta, e vagarosamente, sai para o lado de fora.
Ele prende a respiração, sente um choque quando suas patas fofas e delicadas tocam a neve fria, ele olha ao redor, e seus olhos dourados encontra o pôr do Sol, entre as montanhas cobertas de gelo, a luz do Sol se destacava na paisagem, Sora abre a boca, era a coisa mais bonita que tinha visto na vida. "A hora do ouro".
Ele estava tão distraído que não percebeu os demais leopardos o olhando, para eles, o tempo havia parado, afinal, todos sabiam da Profecia do Leopardo cujo não tinha manchas, e era o filho do Alfa.
O pequeno sentiu uma sombra gigantesca o cobrir, ele olha para cima e observa o rosto furioso de seu pai, sem mais nenhuma palavra, Sora corre para dentro da caverna, o rabo baixo e arrepiado, deixando mais espesso, o Alfa o segue, com as patas poderosas fazendo marcas na neve.
- Eu disse para nunca sair da toca - sua voz era calma, mas assustadoramente ameaçadora, o filhote abaixa as orelhas e olha para as patas felpudas.
- Eu... Eu só fui dar uma olhada.- Gagueja, o macho maior funga, sua cauda chicoteando o ar, furioso ele dá um pequeno rosnado, que fez o pequeno se encolher, parecendo uma bola de pelo.
- Você é meu filho, e me deve obediência! Não vai sair daqui até que eu ordene! - O alfa esbravejou, perto da cabeça de seu filhote. - Estamos entendidos? - Profere essas palavras lentamente, encarando os olhos dourados do jovem.
- S...Sim - Sussurra o filhote sem machas, se dirigindo para um canto afastado da caverna.
O Alfa olha para a sua companheira, o olhar que ela o dava, com seus olhos cor de jade, o fez entender que ela não fazia ideia de que Sora havia saído, o macho suspira, indo se deitar, cansado pelos longos e complicados afazeres.
Sora murmurava consigo mesmo, ele iria sair, não importava a vontade de seu pai, estava cansado de ficar enfurnado naquela caverna, qual era o problema de não ter manchas? De ser diferente?
Ele olha os pais por cima do ombro, e com cautela, se levanta, saindo da caverna, sentindo as samambaias coçarem seu pelo.
O pequeno fareja o ar, e, numa parede de pedras contornadas pela neve, via várias tocas, e lá sentia o cheiro de diversos leopardos, Sora sabia que não era seguro se aproximar, sentiriam seu cheiro, e nenhum deles havia parecido contente em ver o filhote sem manchas do Alfa.
Ele prossegue, feliz por sentir a superfície gelada da neve nas suas patas, e não o chão rochoso de sempre da caverna.
O velho Curandeiro observa de sua tuca, e sem ser ouvido ele caminha calculista para perto do filhote, se senta e envolve as patas com sua cauda, Sora pula de susto, mas se acalma ao ver quem era.
- É bonito não? - Ele olha para o pôr do Sol. - Quer olhar mais aos arredores? - Ele pergunta, com a voz cheia de maldade, o inocente filhote o olha, os olhos dourados brilhando. - Te deixo ir sozinho, e depois te busco, pode ser? - Ele dá um sorriso dentado.
- Sério mesmo?! - Sora dá pulinhos no mesmo lugar, de alegria, o ancião assente.
- Pode ir - Ele indica com a pata para um arco de pedras, que separava o covil dos leopardos do mundo exterior.
- Muito obrigado! - A voz do pequeno era carregada de alegria, ele começa a correr em direção ao gigantesco Arco de pedras, o pelo sem manchas se tornava quase inconfundível com a neve.
- Isso... Vá e não volte nunca - Murmura o velho, enquanto via o filhote desaparecer no horizonte.
O pequeno não podia estar mais feliz, olhando a paisagem completamente branca, ele simplesmente foi caminhando sem rumo algum, procurando algo de interessante, ele desce um morro rolando na neve, Sora cai de barriga para cima, rindo, aquela felicidade de ser livre não cabia em seu peito.
Ele se levanta, sacudindo a neve do seu pelo denso, olhando para os lados... Mais neve e... Mais neve... Suspira e continua a caminhar.
O pequeno fareja o ar, se encolhe com os pelos arrepiados, um cheiro... Quente, flamejante.
Ele vê um vulto passar na sua frente e silva, mostrando suas presas pequenas, ouve-se uma risada, era profunda e rouca, o vulto para a sua frente, suas patas pegavam fogo, derretendo a neve, possuía orelha grandes e com pelos no final, tinha um corpo forte e peludo, e uma pequena cauda, como a de uma lebre, seu pelo era um cinza-avermelhado, os olhos esmeraldinos ardentes.
Sora permanecia encolhido, com os dentes a mostra.
- Que gracinha - O ser lambe os lábios. - O que um filhote pequeno como você faz aqui, no meio da neve? - Pergunta, a voz grossa mais suave.
- Não lhe devo satisfações! - O pequeno silva, o "vulto" o olha com descaso.
- Eu só quero te ajudar, não é norma encontrar um filhote longe de sua mãe.- Explicou, o fogo de suas patas havia sumido, o filhote pensa, mas não tinha muitas escolhas, afinal, não sabia o caminho de volta para casa.
- O Curandeiro me disse que eu podia sair para passear, e que ia me buscar depois... - O filhote sussurra, levantando o olhar para o outro.
- ... - O "vulto" permaneceu em silêncio. - Olha, garoto, eu não gosto de ser esse tipo de felino mas... - Ele dirige os olhos esmeraldinos para a neve, como se procurasse as palavras certas.- Ele não vai vir buscar você... Não tem como, olha só essa neve. - Ele olha ao redor, com as orelhas enormes empinadas. - É como um labirinto de gelo. - Sus olhos verdes antes ardentes, se nublaram em dor, um uivo ameaçador ecoa no ar, despertando o "vulto" de seus pensamentos.- Temos que ir! - o desespero era evidente, ele pega o filhote pelo colarinho e sai correndo, elegante e preciso.
- Ei! O que está fazendo?! - O pequeno protesta, se sacodindo.
- Salvando a sua vida! - Resmunga, dando uma curva que dava á um paredão, onde o caminho ficava estreito.- Preciso que fique quieto agora.- Sora ia reclamar e tentar se soltar, mas desiste da ideia ao olhar para baixo, se enche de medo e se envolve com sua própria cauda.
Num pulo calculado, seu salvados pula para outra ponta e volta a correr, Sora percebia que a medida que eles avançavam, a vegetação, antes rasteira e difícil de achar, ia ficando maior e mais densa.
Os olhos dourados observavam maravilhados a nova paisagem.
O "vulto" entra num tipo de fenda, que dava para uma bela toca, uma caverna, mas não sem graça e cinza como a que Sora estava acostumado, e sim uma de pedras azuladas e brilhantes, que se estendiam até o teto, onde escorria uma água cristalina e quente. (ele pode perceber isso pelas ondas de calor que a água soltava, na qual ele não estava acostumado.
O "vulto" o solta no chão e começa a se lamber, Sora fareja cada canto da caverna, os olhos brilhando em interesse, era curioso, afinal. Ele se vira. - O que é você? Nunca vi nada parecido.- O filhote analisa o outro, que levanta o olhar e encara com seus olhos verdes.
- Sou um lince de fogo.- Pausa, agora era o lince que o analisava.- Você se parece com um leopardo das neves...- Ele balança as orelhas confuso.
- Eu sou um! Mas... Sem manchas.- As orelhas do filhote se abaixam.
- Não fique assim, aqui, na minha toca, não existe descriminação com Leopardos-das-Neves sem manchas.- Ele estufa o peito, em um tom brincalhão.- Meu nome é Kayn, e o seu?- Sora o olha, seus olhos brilhavam, aquele lince não se importava se tinha manchas ou não, até salvara sua vida!
- Meu nome é Sora! - Exclama o filhote, feliz por encontrar alguém que queria de fato, ser seu amigo.
- É um belo nome - Kayn ronrona. - Está com fome? - Sora nega, o mais velho dá de ombros, vamos dormir então - Ele caminha elegante até um ninho de palha, se deitando preguiçosamente nele, o filhote olhava com as orelhas felpudas empinadas, Kayn ri.- Pode vir. - Os olhos verdes eram tão amigáveis, que Sora não pode negar o pedido, ele caminhou lentamente e se acomodou no ninho de palha e no pelo aconchegante do lince.
E então dormiu, ronronando.
_FIM DO CAPÍTULO UM_
P.S.: KK EAE MAN! FLUFFY NA ÁREA SHUAHSUAH
Mais uma adaptação de uma das minhas histórias! E... Se a Molly permitir, é claro, talvez seja no mesmo universo de "O Raro Perigo" (CONFIRAM LÁ NO BLOG DELA, HISTÓRIA 20/10!!)
Enfim, comentem o que acharam e até a próxima!
FLWW
Yooo, tá muito bem detalhadu, chega a arrepiar tudinhu!!
ResponderExcluirEsse Kayn hein? Huuuuummm, senti a potência Hohoho
Gostei do Sora, ele me lembra o Simba ;-;
Ansiosa pro próximo cap °^°
SUASAUHSUH
Excluir>3> vc entendeu a referência né hu hu hu
Claro, inocente e burro igual shasuasau
HEHE, FIQUE TERÁ MUITAS SURPRESINHASSS
UOL! AMAZING AMAZING!!
ResponderExcluirOh, Ana virou menino, irei me acostumar ;W;
Leopardo-das-Neves sem pintas é mal presságio? Gostei, conte-me mais heheh *pedrada
Já curti o cain... Kayn! Yep, adorei ele s2
Do mesmo universo de ''O Raro Perigo''? Bem... Eu acho que... SIIIIM! YEP YEP YEP! Pode sim ^W^
Fiquei mais curiosa agora com essa história do Sora ^^
HSUAHUSAHSA VALEUUSSS
ExcluirAna: ...Eh
Sora: Pelo menos ela tem manchas *dorime*
HUUUUUUUUm de acordo com a cultura deles sim huhu
QUEI-AN, se pronuncia QUEI-AN >_>
Kayn: já tão de bullo comigo ; _ ;
AEEEEE \(=^ 3 ^=)/
De primeira eu achei que Sora era fêmea ;-; malz ai Sora...
ResponderExcluirPobre Sora, Que besteira esse negócio de ele não ter manchas, é só dizer que tava brincando na neve e tava com ela pelo corpo.
Não gostei desse Ancião , pow cara , anciões são pra ser bonzinhos e legais NÃO MAUS E BABACAS!
Eu juro que tava imaginando o Kayn como um lobo quando ele ainda era o ''vulto sem nome''. Pra falar a verdade não consegui imaginar ele muito bem , depois quando tu puder posta desenho dos dois.
Eu achei legal , o Kayn foi mais acolhedor e amigável do que todo o pessoal do covil junto.
Sora: Tudo bem... ;^;
ExcluirAi scrr XDDD
Huhu, eu adoro criar personagens para o pessoal odiar heheheh
Heh, vou postar sim, só falta o desenho do Kayn mesmo
Sim, ele eh um amorzinho, msm q n pareça ; 3 ;