O Leopardo _Capitulo 2: Problemas _

O pequeno abre seus olhos, preguiçoso, ele se espreguiça bocejando, demorando alguns segundo ao perceber que o lince não estava lá, alerta, Sora se levanta num pulo olhando para os lados procurando o avermelhado, a cauda grande e felpuda levemente encolhida entre as pernas, e os olhos dourados arregalados.
Ele vê algo passando pela fenda que dava á caverna, suspira aliviado ao perceber que era Kayn, trazendo uma lebre gigantesca entre os dentes, o lince mexe as orelhas em direção ao filhote e solta um ronronar suave para acalma-lo, havia sentido o cheiro de alerta que o pequeno exalava, com passos elegantes e calculados, o lince caminha até o menor e bota a lebre no chão, lambendo os lábios que estavam sujos de sangue.
- Pensei que acordaria com fome - Sora levanta o olhar. - Não se preocupe, eu já comi, essa lebre é toda sua - Ronrona, se deitando um pouco afastado.
Sora sente seu estomago roncar, e com vontade, dá uma bela mordida na lebre, saboreando a carne deliciosa.
Kayn observava divertido, um pouco cansado pela caçada, seu peito descia e subia rapidamente, ele não sabia por qual motivo ele havia abrigado o pequeno, seria mais uma boca para alimentar e quando crescesse, ficaria perigoso, perdido em seus pensamentos, suas patas começam a pegar fogo, se expandindo até seus ombros, Sora pula de susto, com a cauda ereta e arrepiada, o lince rapidamente se apaga.
- Me desculpe, as vezes isso acontece quando... - Ele faz uma pausa. - Eu penso muito - Os olhos esmeraldinos olhavam para suas próprias patas. O filhote sorri.
- Tudo bem, eu apenas levei um pequeno susto, nada demais - Ainda sorrindo e mostrando suas pequenas presas, agora, sujas de sangue, Sora continua a comer a lebre, e, caramba, ele estava mesmo com fome. Tendo terminado de comer, o filhote se deita no refrescante chão rochoso, a caverna era abafada, e seu pelo longo e denso piorava a situação, percebendo isso, Kayn teve uma ideia.
- Vamos sair hoje? - Sora o olha com os olhos brilhando. - Posso te mostrar os arredores, e, quem sabe não praticamos suas habilidades de caça? - O lince se levanta e se espreguiça, mostrando as garras, o filhote se levanta num pulo se enroscando nas patas do mais velho.
- Sério mesmo? - Ele o olha animado.
- Claro, por que não? - Kayn sorri, e sem esperar a resposta do mais novo, ele vai trotando em direção a fenda da caverna, passando por ela com cautela, feliz, o pequeno leopardo-das-neves o segue, saltitante.
Com os olhos dourados maravilhados, Sora observa cada canto ao seu redor, sentia que era mais vivo e colorido, o lince o observava com um ronronar suave.
- Aqui é muito bonito! - Exclama, tocando uma samambaia com a pata fofa.
- Sim... - Kayn mexe as orelhas parecendo pensar. - O que acha de eu te ensinar a caçar? - Tirando a concentração da samambaia, o filhote o olha e sorri. - Venha, conheço lugares perfeitos para pegas pássaros. - Ele foi trotando, tomando cuidado para não deixar brasas de alegria na grama, o cheiro podia alertar presas, e, no pior dos casos, predadores.
Saindo de um pequeno bosque, os felinos descem uma ravina com cuidado para não escorregar nas pedras, Sora olhava ao redor encantado, podia-se ver uma planície ao longe, a brisa acariciava a grama alta.
O lince parecia se divertir com a animação do jovem, caminhando elegante, seu pelo podia facilmente se camuflar com a grama  avermelhada da planície, sem falar nada, Kayn pega o filhote pela nuca o deixando dentro do que parecia uma toca de lebres abandonada.
- Mas me disse que ia me ensinar a caçar - O pequeno o olhou com seus olhos brilhantes suplicantes, o mais velho balançou a cabeça.
- Senti um odor estrangeiro, pode ser um predador, e não posso arriscar deixar você desprotegido lá fora.- Explicou, e antes que Sora pudesse perguntar qualquer coisa, Kayn se retira caminhando com as orelhas eretas e tomando cuidado para não alertar nenhum animal.
O filhote bufa aborrecido, dando voltas, se deita envolvendo-se com sua cauda longa e espessa, apoiando a cabeça em suas patas. - Ele tinha prometido - Reclamou consigo mesmo, franzindo o focinho pequeno e delicado. A toca soltava um odor forte das lebres, que começava a incomodar as narinas de Sora, que mexia a ponta de sua cauda incansavelmente, indicando seu aborrecimento.
Se passava alguns minutos, a caçada parecia difícil, algo havia espantado as presas.
Na frente da toca, patas pequenas e fortes quebram as folhas sem nenhuma preocupação, assustado, Sora dá um pulo, eriçando seus pelos.
Um corpo estranhamente diferente do seu bota o pequeno focinho dentro da toca, farejando, acaba levanta uma arranhada de Sora, o pequeno gane, tentando acostumar os olhos á escuridão da toca.
- Quem fez isso?! - Exclamou uma voz infantil, outro filhote? - Vou chamar minha alcateia! Não estou brincando, ouviu?! - Parecia estar com raiva, botando a pata sobre o focinho e os olhos amarelados lacrimejando de dor.
- A-alcateia? - Sora decide responder o estranho, ainda com os pelos arrepiados e tentando manter uma distância considerável do estranho.
- Sim, sou um lobo, duuh. - O "lobo" tira a pata do focinho rosado, vendo melhor, podia-se ver seu pelo acinzentado. O filhote fareja o ar, saindo um pouco do chão.- Oh, um Leopardo-das-Neves! - O acinzentado rapidamente mostra os pequenos dentes, com a cauda ereta e os pelos da espinha arrepiados.
- Está rosnando para a parede... - Sussurra o pequeno leopardo, receoso, pode ver as orelhas se virarem para si, o lobo fareja novamente, virando para o lado certo dessa vez.
- Não vou deixar que um arque inimigo saia impune! - Rosna, tentando ser ameaçador.
- ... - Sora se manteve quieto.
- Não vai lutar comigo?! - Gritou rosnando.
- Não, não vejo necessidade, nem ao menos sei o porque de sermos arque inimigos.- Ele elevou um pouco seu tom de voz, pode perceber a tensão se esvair aos pouco do outro filhote, que se sentou desajeitadamente.
- Eu também não, na verdade, nunca entendo os adultos. - O olhar amarelado era inexpressivo e sem brilho.
- Você é cego? - Perguntou Sora, inocente, mas ao ver que o lobo havia abaixado as orelhas, logo se adiantou. - M-me desculpe.
- Sou sim, vim acompanhar minha mãe e os outros, mas acabei me perdendo... - O leopardo desconfiou, mas aceitou a resposta. - Pode me ajudar á ir para fora? - Falou quase num murmura, tímido.
Sora se levantou e espreguiçou-se, e ajudou o pequeno canino á sair da toca de lebres.
- Aqui está bom - Eles estavam em frente da toca, o pequeno lobo se senta, enquanto o felino brincava com as folhas.
 Os dois filhotes ficaram conversando por um bom tempo, e se descobrindo bastante parecidos, pelas suas "deformidades" passavam preconceitos pelos outros membros, Sora descobrirá que o nome do pequeno lobo era Briggan, e era sobrinho dos Alfas.




Briggan fareja o ar e começa a abanar o rabo feliz. - Minha mãe! - Exclamou o pequeno saltitante.- Aposto que ela vai adorar te conhecer Sora. - O lobo abanava seu rabo incansavelmente, enquanto sorria.
- Você acha? - Pergunta o leopardo receoso, mas com um quê de animação.
Antes que o canino o respondesse, o pequeno sente um grande peso sobre suas costas, ele dá um miado choroso de dor, podia sentir espinhos de gelo perfurando suas costas.
Podia-se ouvir um rosnado gélido.
- Mamãe! Pare com isso.- Implorava o pequeno lobo enquanto sentia o cheiro metálico de sangue no ar. - Ele é meu amig...- Antes que pudesse acabar, Briggan é interrompido pela forte loba que rasgava parte das costas de seu amigo.
- Eu já lhe disse, Briggan, Leopardos-das-Neves são, e sempre serão, inimigos. - Sua voz era fria e ameaçadora, causando calafrios no felino de olhos dourados.- Principalmente os sem manchas - Ela faz os espinhos de gelo irem mais fundo, perfurando a carne de Sora.
O filhote abaixa sua cabeça, os olhos opacos brilhando com as lágrimas, aquilo nem ao menos fez a mãe sentir o mínimo de remorso, pelo contrário, ela torturava o pequeno leopardo com o gelo mortal.
Um lince coberto de chamas pula em cima da loba, furioso, suas chamas aumentavam á cada segundo, os caninos á mostra.
Ela ruge de dor, abaixo do lince, podia sentir seus pelos e sua pele queimando. Kayn aproximava sua mandíbula perto do pescoço da fêmea. Porém saiu de cima dela ao ver o filhote cego encolhido e assustado.
Suas chamas diminuem, porém não se apagam, ele não precisava olhar, a loba sabia que aquilo era u aviso para não se aproximar mais do curioso filhote sem manchas.Tomando cuidado para não queimar Sora, nem tocar sua ferida aberta, Kayn o pega delicadamente e caminha pela ravina deixando o caminho queimado, mostrando á todos sua fúria.



Continua



P.S.: AEEEEEEE FINALMENTE POSTEI O CÁPITULO DOIS!!
E essa treta sinistrona? lOKO!
Pensando que o Kayn era pouca coisa? KK ESTÁ AI TUA RESPOSTA
Apenas mais uma coisa: o que acharam de Briggan e sua mãe?
Só isso mesmo galeris e... ATÉ A PRÓXIMA! FALOUUUUS