Two Sides of the Coin- Cap.13
-Dois dias depois
A rua em frente a taverna estava escura e de péssima visibilidade devido uma névoa densa que está sobre o litoral naquela madrugada. Como um gato, o Assassino se movia entre paredes e subia os telhados com uma leveza e agilidade que eram de impressionar, atrás dele, o companheiro que se deslocava mais pesadamente e fazendo pequenos ruídos ao pisar.
- Tens certeza que virão hoje mesmo, senhor? - O assassino mais jovem, o gracioso, pulou do telhado para a pequena passarela do porto ao mar.
- Com toda seguridad, Ace - Respondeu o outro assassino, que em instantes estava do telhado, agora estava dentro do cesto de redes. Ace o olhou tentando entender qual a necessidade de entrar ali dentro.
O jovem se escondeu atrás do mesmo cesto observando com cuidado a taverna, onde saiam e entravam pessoas. O fedor delas, dos peixes e do mar se misturavam e traziam ânsia à Ace, Diferente de seu companheiro espanhol, Hernández, que estava tranquilo com o caldeamento de odores.
- Por que o senhor acha que precisamos nos esconder aqui? Não seria de mais conveniência ficarmos perto da porta e matarmos logo? - A palavra "Matarmos" saiu cuspida da boca de Ace, porém o corsário não o respondeu e apontou para um homem que saia da taverna cambaleante, aparentemente bêbado, com uma meretriz ao lado.
- Ele; ele é Jehan Levesque... - Hernández saiu do cesto e com passos rápidos mas cautelosos foi seguindo os passos que o alvo fazia, atrás Ace ia com a atenção redobrada para qualquer imprevisto.
Ambos assassinos pararam em uma ria de pouca luminosidade, observando Jean desfrutando os últimos minutos de sua contratada em toques e palavras. Os olhos de Cornwell agora ardiam de ansiedade, mas, sua mente sabi que deveriam esperar a mulher sair dali.
- Louis disse que deve ser um ato silencioso e nenhuma alma deve suspeitar ou ver o que aconteceu... - O espanhol sussurrava, Ace ouviu e logo abriu um sorriso fino ao ver a meretriz indo embora contando o dinheiro que havia recebido pelo trabalho e o toupeira do Jean sentava-se em um banco na frente de uma casa escura, a rua que estavam parecia ter nenhuma outra alma viva além dos três, como foi previsto por Louis.
- Pode ir, niño- Del Rey liberou o caminho para Ace, que rápido subiu o muro ao lado deles e saltou para o poste apagado no centro exato entre Hernández e Jehan, que tragava tranquilamente um rolo de papel com ópio mascado em seu interior.
Não estava tão longe do chão; o poste tinha em média 5 metros do chão. Ace então pesou se corpo e pulou, caindo em frente a Jean, o homem caiu de costas do banco com o susto ficando de pernas para cima.
- Merde! - Rosnou o homem, Ace segurava o riso ao ver a cena, mas, se pôs atento ao ver o mesmo ficando de pé num pulo e encarando o rosto do encapuzado, Jehan aos olhos de Ace não era alto, um homem de baixa estatura, cabelos ondulados curtos e olhos castanhos, uma barba no rosto que estava ali por preguiça de se barbear adequadamente, as roupas sujas e em um estado degradante, colares e pulseiras pendiam de seu pescoço e pulsos reluzindo as pedras pela luz tênue da lua.
- Parece que estou cercado pela morte... - Ele brincou dando um riso rouco cuspindo pequenas faixas da fumaça de seu cigarro, Ace grunhiu vendo que aquele homem tinha um caráter que deixava a desejar para qualquer cavalheiro, mas, estava fácil mata-lo, não demonstrava reação alguma além de sua pose de guarda.
Hernández observava atento ao conflito passivo sobre o telhado da casa de trás, percebendo que atrás onde Jehan havia caído do banco, uma criança de rua estava encolhida aos tremores, como não tinham visto que ela estava ali?
Rápido, Ace desferiu um golpe com a Lâmina Oculta seguindo um chute, Jehan por outro lado caiu mas teve apenas sua testa cortada pelo aço ardente, o filete de sangue voou no ar pingando nas botas do Assassino. O alvo caiu de costas tendo seus olhos direcionados a criança, na qual puxou com força pelo braço jogando o corpo dela sobre si como um escudo humano.
Ace estava a desferir um golpe final na garganta do ex-comungado, mas parou a tempo antes de ferir uma alma inocente, a criança estava tremendo como uma galha de árvore na chuva e os olhos estavam perdidos com o medo de morrer ali, Jehan sorria em triunfo.
- Vai derramar sangue inocente só para ver-me morto e dar gosto aos seus companheiros? Achei que tinha um conduta, uma honra - Jean alfinetava o Assassino ganhando tempo e logo se levantando, o espanhol observando as cima não poderia deixar aquilo passar de uma forma tão inepta, se jogando ao lado de Ace e formando um cerco de dois obre Jehan, uma mão do alvo desceu ao bolso puxando uma fina adaga, pondo-a em ponta no pescoço da criança em ameaça, Del Rey deu um passo, mas parou ao ver o fio do líquido vermelho a descer pela pele da refém e pingando no chão.
- Nem mais um passo! Ouviram?! Ou mato essa filhote de prostituta! - As palavras saiam com firmeza e ambos assassinos tinham certeza que se agissem da forma errada, levariam uma morte inocente ao custo de um ato impulsivo - Vocês assassinos pensam que amedrontam a mim com essas facas na manga e esse pano de mesa na cabeça?
- Solte a criança e tenha com seus atos, Levesque - Pediu estendendo a mão o espanhol com toda a cautela possível, Jean o ignorou e partiu a olhar Ace, que via no rosto do alvo um desespero misturado á tontura da bebida em seu sangue. Não conseguia aceitar que estava sendo coagido por um bêbado e mendigo.
Em mais um passo cauteloso dado por Hernández, Jehan mostrou sua disposição aprofundando o corte e imediatamente parando qualquer ação do espanhol ao ouvir a menina ganindo de dor, era patético e ambos os assassinos recuaram sumindo nas sombras da rua escura deixando Jean sozinho com o coração apertado e a mente conturbada com a certeza que estava sendo perseguido pela Ordem e que iria morrer, só não sabia quando.
Ao ter certeza que os inimigos haviam saído, o Templário largou a garota, empurrando a criança rudemente, fazendo-a cair em cima de uma poça de liquido duvidoso, nisso, como um rato Jean se esgueirou pelo beco fétido, correndo para longe do local em que fora ameaçado.
Se equilibrando sobre uma viga de madeira, com o traje o ajudando á se camuflar, Ace rosnou, não conseguia aceitar que foi foragido por um homem como Jean, ou melhor, um rato. Sentiu uma mão enluvada tocar o seu ombro fortemente, como se o acordasse da realidade. Se não reconhecesse o cheiro salgado e de rum que vinha de Del Rey, teria usado sua lâmina sem pensar duas vezes.
- Nós ainda vamos dar á paz para esse homem, chico - Murmurou o velho, a voz mais séria do que de costume, aquilo, porém, não acalmou o jovem assassino, que continuava agitado.
- Eu sei que iremos - Pausa - Apenas não consigo aceitar que fomos foragidos de tal maneira - Falou em um tom mais baixo e ameaçador, com os punhos fechados e uma imensa vontade de afundar a lâmina na garganta daquele maldito rato.
- Foi um bem necessário - Sem mais nenhuma palavra, Ace pode ouvir os passos do Corsário pelas telhas preguiçosamente colocadas daquela casa, provavelmente voltando para a moradia de La Fidele.
O Senhor Cornwell, no entanto, preferiu ficar na viga de madeira, como um corvo vigiando um animal á beira da morte, precisava ajustar os pensamentos e esfriar a cabeça, ele vem ficado deveras nervoso ultimamente, não conseguia explicar se era pela briga com o amigo, ou mesmo a preocupação que o rondava, fazendo barreiras ao redor do jovem.
Aquele preocupação tem um nome...
Peter, Peter de La Serre
Como um gato, Cornwell desceu da viga de madeira, inconformado pela situação em que fora colocado, seu ódio e orgulho borbulharam, e sorrateiramente ele seguiu pelo mesmo beco em que seu alvo havia se esgueirado, seguindo teu rastro ele viu a figura magra e maltrapilha de Levesque, que conversava com um homem robusto, branco como a neve e com uma expressão comicamente estupida, trajava as típicas vestes negras exibindo a Cruz Templária no cravat.
"Decididamente um Templário" Pensou o Assassino, observando das sombras ambos os vilões trocarem palavras e um documento, ato que fez o jovem se alarmar, afinal devia ser importante. Num piscar de olhos Jehan subirá a carroça junto ao companheiro, as pupilas de Ace se retraíram em alarme, ouvindo o estalo das rédeas emitidos pelo capanga estúpido, que as batia nos cavalos fazendo a carroça se movimentar lentamente e ganhando velocidade aos poucos.
Em um pensamento rápido e desesperado de perder o odioso alvo, Cornwell saltará sobre uma carruagem jogando o cocheiro do seu assento, batendo rapidamente nos cavalos que logo se movimentaram mais rápido com o súbito o movimento de seu novo condutor, deixando o pobre cocheiro machucado e raivoso para trás, esbravejando.
Ace dera um pequeno sorriso, seguindo a carroça dos inimigos, que por sinal não perceberam devido ao grande movimento que havia tendo nos últimos dias, muitas pessoas nas ruas, assim como outras carroças, homens a cavalo, carruagens, etc. Não tardou para que desviassem o caminho para uma estrada lamacenta e isolada, conversando animadamente por algo que o Assassino não conseguiu ouvir, estupefato pela estupidez de ambos, a desconfiança começou a crescer no peito de Cornwell, afinal poderia muito bem ser uma armadilha, vira que se aproximavam de uma grande casa de madeira, porém velha e mal cuidada, em um movimento rápido ele desviou a carruagem da estrada que ambos seguiam, o que quase fez o veículo tombar, assustando os cavalos.
- Perdoe-me garotos - Pulou do assento do cocheiro, fazendo uma pequena reverência. - Eu voltarei logo - Murmurou tentando parecer romântico, se voltando para o casarão, por algum motivo, um arrepio desceu pela tua espinha, fazendo-o estremecer. Ignorando o desconforto, o Assassino se esgueirou até o casarão, usando a tua visão pelas paredes, soltou um grunhido enquanto se escondia em um monte de feno.
"Há muitos deles aqui..." Seu pensamento fora interrompido por sons de passos, uma oportunidade perfeita para o Assassino, que, em um movimento rápido puxara o capanga cortando-lhe a garganta com a Lâmina Oculta e despejando o corpo sobre o monte de feno, escondido.
A vontade de recuar era a mais sensata e segura, porém logo afastou-a com relutância, afinal já estava ali, era uma chance perfeita.
A não ser que morresse...
Suspirou, usando a visão novamente, havia cerca de cinco homens no cômodo principal, silenciosamente ele se rastejou para debaixo de uma janela, em alerta, mais tranquilo por nenhum capanga estar rodeando a casa.
Um dos homens se aproximava perigosamente da janela, com aquilo, Cornwell o puxou para o outro lado, desferindo um golpe fatal em sua garganta, arfou baixo, a adrenalina subindo aos seus ouvidos e embaçando a visão, balançou a cabeça e voltou a si, ele começou com isso, e terminaria ali mesmo.
Olhando a sua visão entre as paredes, certificou-se que nenhum inimigo o visse enquanto pulava a janela, que dava á um pequeno corredor que ligava dois cômodos: A sala principal, e á uma escada. Com passos silenciosos, sem ao menos ser ouvido, assassina mais um, depositando-o delicadamente no chão, evitando o alarde. "Apenas mais três..." pensou, tentando não olhar com pesar o rosto já sem brilho do homem assassinado.
Um grito misturado ao ódio e amargor ecoou.
- Maldição! - Exclamou ao ver a figura do Templário segurando uma arma contra sua figura, se levantou rapidamente, por instinto usando o corpo do morto, fechando os olhos ao sentir o impulso dos tiros contra seu escudo, abriu os olhos com ferocidade, pegando rapidamente uma de suas pistolas e jogando o corpo contra a do inimigo alarmado, aproveitando para lhe dar um tiro no peito e chutar sua arma para longe, que fez um estrondo ao bater contra a parede de madeira velha.
Não tardou em os dois restantes virem ao encontro de Cornwell, que sacará a outra pistola, atirando primeiro com a direita diretamente no rosto de um dos inimigos enquanto usará a esquerda segundos depois para acertar o pescoço do que sobrará, cujo último olhar de desespero tentou combinar com o grito engasgado. Como um animal, o Assassino deixará seus inimigos agonizando ao chão enquanto subia as escadas vorazmente, Levesque ia sentir as consequências.
Não havia mais a necessidade de cuidado com os passos, que agora eram pesados e monstruosamente barulhentos, num chute, o Assassino arrebentará a porta do único e elegante quarto do andar superior, fazendo um barulho insuportável, com as armas apontadas para ambas as figuras, Jehan e o estúpido capanga que virá mais cedo, seus olhos então pousaram na figura do meio, sentada sobre uma cara cadeira a frente de uma mesa de caráter feita de carvalho.
Ele nunca esqueceria aquelas duas safiras brilhantes, os cabelos dourados e cacheados, a bela pele pálida, como porcelana.
Seu aperto vacilou, as mãos ocupadas pelas armas de fogo abaixaram lentamente, os lábios trêmulos.
- P... Peter - Murmurou Ace, fraco. O homem lhe dera um sorriso fino, Cornwell sentiu se peito se aquecer.
- Bon jour, mon amour - A voz morna do Templário fez o jovem guardar as pistolas por instinto, Peter indicou para vir mais perto, como um inseto hipnotizado pela luz, deu passos lentos na direção do francês, antes de ser nocauteado, caindo de joelhos. - Non é nada pessoal, mas esse é meu trabalho - Proferiu, já sem a entonação que fazia o Assassino se sentir seguro, ele fora enganado... Todo esse tempo, sua expressão se distorceu em fúria, mas era tarde, tudo já havia ficado escuro.
Após horas seguidas de entediantes aulas de gramática e literatura, acompanhadas de palmadas doloridas, Ace aproveitava seu mísero tempo livre no jardim da casa. Observava a água correr pelo pequeno riacho, sem direção de visão e pensamento.
- Ace? - Uma voz doce que fazia o garoto estremecer de alegria ao ouvir - Está me ouvindo? - Ace se virou lentamente com uma expressão perdida, o que fez sua irmã torcer o rosto incomodada, mas, sua mente voltou seu foco para o presente dando uma nova expressão, alegre.
- Mag! - O pequeno pulou sobre a irmã abraçando-a em meio as anáguas do vestido e afundando o rosto em seus cabelos fartos que cheiravam a leite morno, Ace tinha vontade de passar o dia daquela forma, com a irmã abraçado e perdido no calor dela - O que estás fazendo aqui? Achei que a essa hora deveria treinar seu bordado... - Ele disse se soltando dela e pegando as mãos cheias e delicadas.
Margaritha sorriu balançando a cabeça negativamente.
- Eu disse que estava precisando de tomar um ar fresco, e com sorte você estava aqui - Ela o respondeu com seu sotaque.
- Minha irmã, desobedecendo ordens? - O pequeno Cornwell cruzou os braços fingindo reprovação sobre o olhar travesso que estava estampado na irmã.
- Não seja bobo - Ela disse entre risadinhas, pegando no bolso dentro do vestido uma pequena bolsinha de pano branco. - Vim dar-lhe isso - Ela pegou a mão de Ace e colocou a pequena bolsa na palma do mesmo.
- Para mim? - Abrindo o embrulho e tirando, um fino cordão de ouro preso ao relicário de ouro, arredondado com curvas francesas cavadas na sua fronte. - Oh... Que sabor será? - Perguntou Ace levando a peça de ouro a boca pronto para desferir uma mordida, mas, foi parado por um tapa nna bochecha dado pela irmã, um tapa tão suave que nem dor fazia sentir.
- Isso é um relicário seu amendoim! Uma jóia - Mag riu para Ace que mostrou desapontamento ao ouvir que não era um doce.
- E o que isto faz? - A irmã nem respondeu pegando da mão dele a jóia e a abrindo em uma pequena pintura, era a própria menina sorrindo em um vestido roseado. Aquilo era melhor que qualquer doce que poderia existir para Ace, seu rosto se iluminou em alegria e logo a irmã abriu outra portinha atrás da foto, onde um rubi vermelho como fogo estava encrustado e desenhado como um pequeno pássaro a levantar vôo, um Tordo-Americano pelo que Ace sabia de suas aulas de natureza.
- Eu espero que goste, o papai fez para mim mas... - Mag suspirou - Eu acho que você fará ainda melhor uso - Ela beijou a bochecha do irmão e voltou para a casa correndo, Ace estava ali, parado olhando a pintura com alegria, era a única pessoa que ele tinha certeza que o amava.
- Mag! - Tudo se esvaiu num sopro e um grito abafado, Ace agora estava num lugar desconhecido, sua mente ainda não havia processado se era um quarto, um porão ou algo assim, mas estava amarrado a alguma coisa fria e o lugar cheirava a mofo junto do ar úmido doentio. Sem sua irmã... Sem o jardim...
Agora tudo fazia mais sentido, era um porão e, não era uma superfície fria na qual ele estava amarrado, era ele que estava frio por ter sido amarrado de ponta a cabeça na viga de sustentação com uma pressão terrível em sua cabeça devido o caminho do sangue.
Deveria tentar sair dali, imediatamente.
As cordas que o prendiam nos braços e nos pés estavam embolados em voltas cegas, um nó amarrado frouxamente completava tudo, em seu tronco uma mísera volta estava lá sem nenhum motivo já que estava frouxa, ele não ficaria surpreso se dissessem que o próprio amumiado Jehan tivesse os feito.
Não foi preciso mais do que alguns impulsos contrários ao nó para que ele se desatasse e Ace desabasse batendo seu pescoço contra o chão numa dor insuportável, mas era irrelevante, jogando seu corpo para uma cambalhota ele ficou de pé em posição defensiva, não tinha certeza se estava sozinho, mas tudo se confirmou na hora que a luz do quarto passou de um mísero lampejo de luz em um resto de cera para os candelabros pelas paredes, ele estava sozinho, o quarto tinha uma pequena passagem que estava terrivelmente coberta por uma estante destruída por cupins e poeira.
O Assassino jogou ao chão as ultimas cordas que restavam em seu corpo e empurrou a estante com o ombro, o móvel não se mexeu, mas desabou desmontado num barulho vazio naquele quarto fechado, o que não preocupou Cornwell, sorrindo triunfante ele passou pela passagem planejada entre as paredes, era estreito e abafado mas a visão da luz da estrada entrando pela fenda ao longe deixava tudo mais fácil, eles acharam que podiam conseguir o prender, estavam errados.
Não era qualquer um que mantinha uma fera com sede enjaulada.
CONTINUA
P.S.: Vish, vish, muita treta
DE LA SERRE FINALMENTE APARECEUUU
Inclusive, desculpe a demora, complicações internas, sabem como é ^^'
FLWS
Em mais um passo cauteloso dado por Hernández, Jehan mostrou sua disposição aprofundando o corte e imediatamente parando qualquer ação do espanhol ao ouvir a menina ganindo de dor, era patético e ambos os assassinos recuaram sumindo nas sombras da rua escura deixando Jean sozinho com o coração apertado e a mente conturbada com a certeza que estava sendo perseguido pela Ordem e que iria morrer, só não sabia quando.
Ao ter certeza que os inimigos haviam saído, o Templário largou a garota, empurrando a criança rudemente, fazendo-a cair em cima de uma poça de liquido duvidoso, nisso, como um rato Jean se esgueirou pelo beco fétido, correndo para longe do local em que fora ameaçado.
Se equilibrando sobre uma viga de madeira, com o traje o ajudando á se camuflar, Ace rosnou, não conseguia aceitar que foi foragido por um homem como Jean, ou melhor, um rato. Sentiu uma mão enluvada tocar o seu ombro fortemente, como se o acordasse da realidade. Se não reconhecesse o cheiro salgado e de rum que vinha de Del Rey, teria usado sua lâmina sem pensar duas vezes.
- Nós ainda vamos dar á paz para esse homem, chico - Murmurou o velho, a voz mais séria do que de costume, aquilo, porém, não acalmou o jovem assassino, que continuava agitado.
- Eu sei que iremos - Pausa - Apenas não consigo aceitar que fomos foragidos de tal maneira - Falou em um tom mais baixo e ameaçador, com os punhos fechados e uma imensa vontade de afundar a lâmina na garganta daquele maldito rato.
- Foi um bem necessário - Sem mais nenhuma palavra, Ace pode ouvir os passos do Corsário pelas telhas preguiçosamente colocadas daquela casa, provavelmente voltando para a moradia de La Fidele.
O Senhor Cornwell, no entanto, preferiu ficar na viga de madeira, como um corvo vigiando um animal á beira da morte, precisava ajustar os pensamentos e esfriar a cabeça, ele vem ficado deveras nervoso ultimamente, não conseguia explicar se era pela briga com o amigo, ou mesmo a preocupação que o rondava, fazendo barreiras ao redor do jovem.
Aquele preocupação tem um nome...
Peter, Peter de La Serre
Como um gato, Cornwell desceu da viga de madeira, inconformado pela situação em que fora colocado, seu ódio e orgulho borbulharam, e sorrateiramente ele seguiu pelo mesmo beco em que seu alvo havia se esgueirado, seguindo teu rastro ele viu a figura magra e maltrapilha de Levesque, que conversava com um homem robusto, branco como a neve e com uma expressão comicamente estupida, trajava as típicas vestes negras exibindo a Cruz Templária no cravat.
"Decididamente um Templário" Pensou o Assassino, observando das sombras ambos os vilões trocarem palavras e um documento, ato que fez o jovem se alarmar, afinal devia ser importante. Num piscar de olhos Jehan subirá a carroça junto ao companheiro, as pupilas de Ace se retraíram em alarme, ouvindo o estalo das rédeas emitidos pelo capanga estúpido, que as batia nos cavalos fazendo a carroça se movimentar lentamente e ganhando velocidade aos poucos.
Em um pensamento rápido e desesperado de perder o odioso alvo, Cornwell saltará sobre uma carruagem jogando o cocheiro do seu assento, batendo rapidamente nos cavalos que logo se movimentaram mais rápido com o súbito o movimento de seu novo condutor, deixando o pobre cocheiro machucado e raivoso para trás, esbravejando.
Ace dera um pequeno sorriso, seguindo a carroça dos inimigos, que por sinal não perceberam devido ao grande movimento que havia tendo nos últimos dias, muitas pessoas nas ruas, assim como outras carroças, homens a cavalo, carruagens, etc. Não tardou para que desviassem o caminho para uma estrada lamacenta e isolada, conversando animadamente por algo que o Assassino não conseguiu ouvir, estupefato pela estupidez de ambos, a desconfiança começou a crescer no peito de Cornwell, afinal poderia muito bem ser uma armadilha, vira que se aproximavam de uma grande casa de madeira, porém velha e mal cuidada, em um movimento rápido ele desviou a carruagem da estrada que ambos seguiam, o que quase fez o veículo tombar, assustando os cavalos.
- Perdoe-me garotos - Pulou do assento do cocheiro, fazendo uma pequena reverência. - Eu voltarei logo - Murmurou tentando parecer romântico, se voltando para o casarão, por algum motivo, um arrepio desceu pela tua espinha, fazendo-o estremecer. Ignorando o desconforto, o Assassino se esgueirou até o casarão, usando a tua visão pelas paredes, soltou um grunhido enquanto se escondia em um monte de feno.
"Há muitos deles aqui..." Seu pensamento fora interrompido por sons de passos, uma oportunidade perfeita para o Assassino, que, em um movimento rápido puxara o capanga cortando-lhe a garganta com a Lâmina Oculta e despejando o corpo sobre o monte de feno, escondido.
A vontade de recuar era a mais sensata e segura, porém logo afastou-a com relutância, afinal já estava ali, era uma chance perfeita.
A não ser que morresse...
Suspirou, usando a visão novamente, havia cerca de cinco homens no cômodo principal, silenciosamente ele se rastejou para debaixo de uma janela, em alerta, mais tranquilo por nenhum capanga estar rodeando a casa.
Um dos homens se aproximava perigosamente da janela, com aquilo, Cornwell o puxou para o outro lado, desferindo um golpe fatal em sua garganta, arfou baixo, a adrenalina subindo aos seus ouvidos e embaçando a visão, balançou a cabeça e voltou a si, ele começou com isso, e terminaria ali mesmo.
Olhando a sua visão entre as paredes, certificou-se que nenhum inimigo o visse enquanto pulava a janela, que dava á um pequeno corredor que ligava dois cômodos: A sala principal, e á uma escada. Com passos silenciosos, sem ao menos ser ouvido, assassina mais um, depositando-o delicadamente no chão, evitando o alarde. "Apenas mais três..." pensou, tentando não olhar com pesar o rosto já sem brilho do homem assassinado.
Um grito misturado ao ódio e amargor ecoou.
- Maldição! - Exclamou ao ver a figura do Templário segurando uma arma contra sua figura, se levantou rapidamente, por instinto usando o corpo do morto, fechando os olhos ao sentir o impulso dos tiros contra seu escudo, abriu os olhos com ferocidade, pegando rapidamente uma de suas pistolas e jogando o corpo contra a do inimigo alarmado, aproveitando para lhe dar um tiro no peito e chutar sua arma para longe, que fez um estrondo ao bater contra a parede de madeira velha.
Não tardou em os dois restantes virem ao encontro de Cornwell, que sacará a outra pistola, atirando primeiro com a direita diretamente no rosto de um dos inimigos enquanto usará a esquerda segundos depois para acertar o pescoço do que sobrará, cujo último olhar de desespero tentou combinar com o grito engasgado. Como um animal, o Assassino deixará seus inimigos agonizando ao chão enquanto subia as escadas vorazmente, Levesque ia sentir as consequências.
Não havia mais a necessidade de cuidado com os passos, que agora eram pesados e monstruosamente barulhentos, num chute, o Assassino arrebentará a porta do único e elegante quarto do andar superior, fazendo um barulho insuportável, com as armas apontadas para ambas as figuras, Jehan e o estúpido capanga que virá mais cedo, seus olhos então pousaram na figura do meio, sentada sobre uma cara cadeira a frente de uma mesa de caráter feita de carvalho.
Ele nunca esqueceria aquelas duas safiras brilhantes, os cabelos dourados e cacheados, a bela pele pálida, como porcelana.
Seu aperto vacilou, as mãos ocupadas pelas armas de fogo abaixaram lentamente, os lábios trêmulos.
- P... Peter - Murmurou Ace, fraco. O homem lhe dera um sorriso fino, Cornwell sentiu se peito se aquecer.
- Bon jour, mon amour - A voz morna do Templário fez o jovem guardar as pistolas por instinto, Peter indicou para vir mais perto, como um inseto hipnotizado pela luz, deu passos lentos na direção do francês, antes de ser nocauteado, caindo de joelhos. - Non é nada pessoal, mas esse é meu trabalho - Proferiu, já sem a entonação que fazia o Assassino se sentir seguro, ele fora enganado... Todo esse tempo, sua expressão se distorceu em fúria, mas era tarde, tudo já havia ficado escuro.
Após horas seguidas de entediantes aulas de gramática e literatura, acompanhadas de palmadas doloridas, Ace aproveitava seu mísero tempo livre no jardim da casa. Observava a água correr pelo pequeno riacho, sem direção de visão e pensamento.
- Ace? - Uma voz doce que fazia o garoto estremecer de alegria ao ouvir - Está me ouvindo? - Ace se virou lentamente com uma expressão perdida, o que fez sua irmã torcer o rosto incomodada, mas, sua mente voltou seu foco para o presente dando uma nova expressão, alegre.
- Mag! - O pequeno pulou sobre a irmã abraçando-a em meio as anáguas do vestido e afundando o rosto em seus cabelos fartos que cheiravam a leite morno, Ace tinha vontade de passar o dia daquela forma, com a irmã abraçado e perdido no calor dela - O que estás fazendo aqui? Achei que a essa hora deveria treinar seu bordado... - Ele disse se soltando dela e pegando as mãos cheias e delicadas.
Margaritha sorriu balançando a cabeça negativamente.
- Eu disse que estava precisando de tomar um ar fresco, e com sorte você estava aqui - Ela o respondeu com seu sotaque.
- Minha irmã, desobedecendo ordens? - O pequeno Cornwell cruzou os braços fingindo reprovação sobre o olhar travesso que estava estampado na irmã.
- Não seja bobo - Ela disse entre risadinhas, pegando no bolso dentro do vestido uma pequena bolsinha de pano branco. - Vim dar-lhe isso - Ela pegou a mão de Ace e colocou a pequena bolsa na palma do mesmo.
- Para mim? - Abrindo o embrulho e tirando, um fino cordão de ouro preso ao relicário de ouro, arredondado com curvas francesas cavadas na sua fronte. - Oh... Que sabor será? - Perguntou Ace levando a peça de ouro a boca pronto para desferir uma mordida, mas, foi parado por um tapa nna bochecha dado pela irmã, um tapa tão suave que nem dor fazia sentir.
- Isso é um relicário seu amendoim! Uma jóia - Mag riu para Ace que mostrou desapontamento ao ouvir que não era um doce.
- E o que isto faz? - A irmã nem respondeu pegando da mão dele a jóia e a abrindo em uma pequena pintura, era a própria menina sorrindo em um vestido roseado. Aquilo era melhor que qualquer doce que poderia existir para Ace, seu rosto se iluminou em alegria e logo a irmã abriu outra portinha atrás da foto, onde um rubi vermelho como fogo estava encrustado e desenhado como um pequeno pássaro a levantar vôo, um Tordo-Americano pelo que Ace sabia de suas aulas de natureza.
- Eu espero que goste, o papai fez para mim mas... - Mag suspirou - Eu acho que você fará ainda melhor uso - Ela beijou a bochecha do irmão e voltou para a casa correndo, Ace estava ali, parado olhando a pintura com alegria, era a única pessoa que ele tinha certeza que o amava.
- Mag! - Tudo se esvaiu num sopro e um grito abafado, Ace agora estava num lugar desconhecido, sua mente ainda não havia processado se era um quarto, um porão ou algo assim, mas estava amarrado a alguma coisa fria e o lugar cheirava a mofo junto do ar úmido doentio. Sem sua irmã... Sem o jardim...
Agora tudo fazia mais sentido, era um porão e, não era uma superfície fria na qual ele estava amarrado, era ele que estava frio por ter sido amarrado de ponta a cabeça na viga de sustentação com uma pressão terrível em sua cabeça devido o caminho do sangue.
Deveria tentar sair dali, imediatamente.
As cordas que o prendiam nos braços e nos pés estavam embolados em voltas cegas, um nó amarrado frouxamente completava tudo, em seu tronco uma mísera volta estava lá sem nenhum motivo já que estava frouxa, ele não ficaria surpreso se dissessem que o próprio amumiado Jehan tivesse os feito.
Não foi preciso mais do que alguns impulsos contrários ao nó para que ele se desatasse e Ace desabasse batendo seu pescoço contra o chão numa dor insuportável, mas era irrelevante, jogando seu corpo para uma cambalhota ele ficou de pé em posição defensiva, não tinha certeza se estava sozinho, mas tudo se confirmou na hora que a luz do quarto passou de um mísero lampejo de luz em um resto de cera para os candelabros pelas paredes, ele estava sozinho, o quarto tinha uma pequena passagem que estava terrivelmente coberta por uma estante destruída por cupins e poeira.
O Assassino jogou ao chão as ultimas cordas que restavam em seu corpo e empurrou a estante com o ombro, o móvel não se mexeu, mas desabou desmontado num barulho vazio naquele quarto fechado, o que não preocupou Cornwell, sorrindo triunfante ele passou pela passagem planejada entre as paredes, era estreito e abafado mas a visão da luz da estrada entrando pela fenda ao longe deixava tudo mais fácil, eles acharam que podiam conseguir o prender, estavam errados.
Não era qualquer um que mantinha uma fera com sede enjaulada.
CONTINUA
P.S.: Vish, vish, muita treta
DE LA SERRE FINALMENTE APARECEUUU
Inclusive, desculpe a demora, complicações internas, sabem como é ^^'
FLWS
Começamos a ação conhecendo um rato, que não tem dó nem piedade! Coitada da pirralhinha ;-;
ResponderExcluirCornwell tah com fogo no sangue!
Molly: Me falaram que pinga esquenta, ele deve ter bebido isso
Atah, e com veneno junto, mas um veneno que deixa a pessoa foda!
Molly: Ace tah brabo!
Ai sokorro, Jehan the Mouse from Gisneip
ExcluirAce ta mto potente igual foguete da NASA manow, adora umas bebidas aqui e ali
E bota rato nisso! MC Ratão, ainda
ExcluirAUBSUAHS, ele sempre teve >=^3
Hu hu, ele tá mIs afiadinho mesmo, lokinn lokinn, oq torna as coisas mais interessanteesss
(Agora que aconteceu isso com ele... Bota brabo nisso xD)