_O Leopardo_ Cáp 4: Culpa



  Enquanto seguia a pantera, Sora, apesar de não ter gostado do mais velho logo de cara, passou a admirar a pose imponente e o andar majestoso que o felino negro mostrava. Com os olhos dourados brilhando de forma infantil, o jovem leopardo observava o mais experiente, enquanto o mesmo mostrava as presas ameaçador para um grupo de abutres que, por alguma razão, o importunavam.

- Qual é, gatão, tu não vai descolar nenhum rango para a gente aqui não? - Perguntou uma das aves, abrindo as longas asas negras enquanto seguia o felino de forma desajeitada, Sora torceu o focinho, toda vez que aquele ser se mexia, uma onda insuportável de fedor se espalhava.

- Se continuar na minha frente, o próximo rango vai ser você, besta vil - Rosnou a pantera, diante dos músculos tensos e as orelhas coladas na cabeça, o abutre deu um tipo de grito, indo ao encontro de seus companheiros no galho de uma árvore morta há tempos. - Vamos filhote - Agora com os olhos verdes menos nebulosos, o de pelagem negra o olhou, e, com passos  pesados, continuou seu caminho.

Vendo que a melhor solução era segui-lo, com um chicoteio de cauda ao  encarar as aves nojentas, Sora o seguiu sem pestanejar.

Um silêncio estranho pairou sobre ambos

- Então... De onde conhece Kayn? - O mais novo estava tentando puxar  conversa, a pantera riu - E qual o seu nome? Ainda nem me falou, sabia que é rude não se apresentar? - Continuou, fazendo o outro grunhir.

- Oh, cale-se, falas demais, essa sua voz de filhote mal formado é irritante - Disse entre rosnados, ofendido, Sora arrepiou os pelos do pescoço e abaixou a cabeça. Na sua frente, ouviu o outro suspirar - Krish, meu nome é Krish - Disse,  enfim - E o teu, filhote? - Perguntou, dessa vez mais  calmo do que momentos atrás.

- Ah, meu nome é Sora - Ergueu a cabeça e estufou o peito, orgulhoso - Mas ainda não  me  disse de onde conhece o lince - O tom do jovem leopardo era mais calmo, quase brincalhão, seus bigodes se mexiam divertidos.

- É uma longa história, na verdade - Podia-se  sentir um ar nostálgico - Eu uma  vez o  salvei dos lobos uma vez, aqueles sarnentos acham que por serem em maioria que podem afugentar tudo o que veem pela frente - Resmungou em um tom baixo e arrastado, porém logo ergueu os olhos e deu um sorriso sarcástico, como aquele que dera quando ambos se conheceram - Então eu os botei para correr, você sabe, nem todos os animais são especiais como nós - Parou, pulando em uma pedra em frente de uma bela cachoeira, deitando-se sobre a superfície rochosa - E me aproveitei disso  para dizimar parte daquela alcateia - Sem saber ao certo porque o mais velho tinha parado, porém mais curioso com suas histórias, tudo que o felino mais novo fez foi sentar-se ao lado da pedra onde o maior se situava, olhando-o com os grandes olhos dourados banhados em curiosidade.

- Mas isso não é errado? Quer dizer, usar nossas bênçãos para oprimir os outros? - Se notava o quão sarcástico foi com a última frase, devido o seu "poder" ser considerado uma maldição.

- Dando que fiz aquilo para me proteger, não - Riu secamente - Aqueles lobos são covardes, acham que são os donos do território apenas por andarem em bandos, mas quando algo mais forte aparece... - Krish deu um sorriso cruel - Eles ficam com o rabinho entre as pernas

Aquelas palavras fizeram Sora divagar, realmente, ele notou o quão covardes os caninos podiam ser.

Mas... Será que aquilo estava certo mesmo?

-Por que  paramos aqui? Não iria me levar para a toca? - Depois de um tempo pensando,  o jovem ousou perguntar.

- Foi aqui que o lince me disse para entrega-lo - Admitiu divertido, logo afiando as garras na pedra em que se situava deitado, Sora rosnou, afundando a cabeça na pelagem do pescoço, irritado com o barulho.

- Gostaria que parasse de importunar meu  protegido, Krish - A voz de Kayn soou no  lugar, quase sendo abafada pelo barulho da cachoeira.

Um sorriso brotou no rosto jovial de Sora e seus olhos se iluminaram ainda mais, feliz, ele foi ao encontro do lince avermelhado, que não retribuía a felicidade, pois estava com uma carranca assustadora. O leopardo tentou recuar, mas suas patas não deixaram, e, inconsequentemente ele abaixou o olhar e enrolou a cauda no meio das pernas.

- O que estava pensando ao sair  assim?! - Exclamou o menor, com os pelos  arrepiados.

- Desculpe... - Envergonhado, o outro felino olhava para suas patas, a fim de não encarar os olhos verdes esmeralda flamejantes do outro.

Kayn suspirou, tentando se recompor e olhou novamente para o protegido, agora mais ameno.

- Muito bem, pelo menos não se machu... - As palavras morreram na boca do lince, ao ver os ferimentos que Nyr tinha causado no mais jovem, seu rosto se distorceu, podia-se notar brasas saindo de suas narinas, e mais uma vez, ele suspirou, olhando na direção da pedra, porém apenas fez um sinal negativo com a cabeça, e se virou, trotando em determinada direção.

Surpreso por Kayn nem ao menos agradecer a Krish, o leopardo iria protestar, se a pantera não tivesse sumido. Ele fungou, e, sabendo que tinha cometido um  erro, ele seguiu seu responsável de cabeça baixa, nos olhos um brilho  culpado.

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Já de volta na grandiosa toca, Sora estava  deitado sobre um ponto mais alto da caverna, deleitando-se com a superfície fria que eliminava parte do calor que seus pelos grossos proporcionavam.

Ainda com os grandes e brilhantes olhos dourados voltados para o  lince, que estava sobre a cama de folhagens onde os o leopardo  costumava dormir com ele, quando menor. Este, de costas, estava resmungando durante o sono, Sora suspirou, mesmo que tivesse feito algo errado (ele  reconhecia isso) não poderia ficar naquela caverna para sempre...

Espreguiçou, alongando o grande corpo e abrindo a boca, mostrando as presas fortes.

Kayn nem se mexeu, continuava inerte na mesma posição, o peito avermelhado descendo e subindo, as vezes um leve batuque de garras sobre as folhagens, ou as orelhas movimentando-se irritadas com as moscas que insistiam em continuar por ali. O leopardo franziu o cenho, notando que a sua tentativa de chamar a atenção do mais velho havia falhado, ele voltou a se deitar, com o rosto irritado.

Suspirou, agora mais calmo, e olhando pelas fendas do teto, o céu alaranjado, sinal de que estava escurecendo.

Fechou os olhos, sentindo  a leve brisa passar pelos seus pelos e apoiou a cabeça nas patas delicado. Tinha sido  um grande dia para ele, com altos e baixos, em todos os sentidos.

"Amanhã será um novo dia"




P.S: CÓEEE RAPAZIADA! 
De boa  na lagoa? Tranquilo como esquilo? E s p e r o q u e s i m
Enfim, o importante agora é que eu  finalmente atualizei  essa história e socorro, que demora desleixada >:^P
Espero que me perdoem por isso, sabe como é, as vezes precisamos... "descansar" a criatividade!

De qualquer  forma, tem uns tempos, três meses acho que eu tinha feito essa imagem aqui do nosso ilustre Kayn e queria compartilhar com vocês!

(essa imagem e personagem pertencem a mim, por favor, não pegue sem permissão) 


Por enquanto é isso pessoal,

BYE  BYE E ATÉ A PRÓXIMA!

Comentários

  1. Hmm... Gostei do Krish :3
    Eita caraaii! Kayn ficou um touro por causa do Sora, eu não queria presenciar a cena huehue
    Tô achando que nosso lince e o pantera tem mais história, ele nem se falaram direito na cena '-'

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    Respostas
    1. Hehe, que bom
      Well, o lince preza muito a obediência, então ele fica pistola quando o Sora desobedece ele
      Será que sim, será que não? Eis a questão

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  2. Krish Krish joj
    Hmm n ficar ali para sempre eh?
    Sora espuletinha pao de keijo *loida moves*

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  3. Kirshão gaimiplais jooj

    óbvio neh, esses jovens de hj querem ser livres
    TÁ SAINDO DA JAULO O MONSTRO BIRRRLLLL

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