The Two Sides Of The Coin- Cap.2

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13 Colônias, Porto de Georgia, 1775

Ace desperta de seus pensamentos, ele balança a cabeça e bota o capuz novamente, andando e desviando com agilidade das pessoas que passavam, entre elas estavam senhoras carregando barris, vendedores ambulantes, Senhores chamando seus escravos para botarem a mercadoria em carroças e algumas crianças correndo pelo porto e esbarrando em qualquer um que estivessem em sua frente.

Além dos soldados britânicos fazendo a ronda no local, sua marcha era pesada, carregando suas espadas e baionetas, os civis se afastavam a medida que eles marchavam. Ace não podia deixar que o vissem, o reconheceriam, afinal Lucius era um homem bastante reconhecido na região, um inglês, e Ace sabia que teria de enfrentar aquele monstro quando chegasse em casa, esse pensamente o fez cerrar o punho, mas os passos pesados dos soldados britânicos o despertou, e ele foi rapidamente á direção contrária.

Ele andava apressadamente, se o parassem, saberiam que o filho e primogênito de um "Inglês Prodígio" era um rebelde, e provavelmente seria executado ou mandado para a Inglaterra, ambos os destinos não o agradavam e ele franziu as sombrancelhas ao pensar o quanto prisões são sujas, e ele odiava sujeira tanto quase quanto odiava seu pai.

Ace passava pelos becos, na Georgia havia pouca urbanização, era fácil voltar para casa, ele havia fugido diversas vezes para ver as pessoas e suas rotinas que descobrirá um atalho, infelizmente não era um dos melhores, já que era escuro e pútrido, de vez em quando ele via uma senhora assustadora com três gatos, um no colo e os outros nos ombros, só de pensar na mulher ele estremece e continua seu caminho. Distraído, ele não percebe a mão enluvada e forte que havia segurado seu punho fortemente, ele se vira e congela á ver um soldado britânico com uma expressão nada agradável.

- O que estás a fazer por aqui?!- Ele berra, Ace franze o cenho.- Respon...!- Antes que o britânico pudesse completar a frase algo pula em cima dele e o impede de reagir, nisso o ser pega a espada da bainha do soldado e atravessa sua garganta, o garoto horrorizado recua três passos e olha para quem fez tal atrocidade.

- Tu! Por que fizeste isso?!- Os olhos escuros observam o rosto do italiano que o havia abordado no porto, momentos atrás, este se vira e o olha, sorrindo encantadoramente.

-  Para salvar tua vida, é claro.- O sotaque era evidente, os olhos castanhos olhavam o menor confuso.

- Não precisavas matar o homem! - Ace dá um pulinho fazendo com que seu capuz caísse e que o rosto do italiano se iluminasse, em perversão? Ele não sabia dizer.

- Ah, mas não importas mais, afinal, o miserável já está morto.- Ele de de ombro, limpando suas roupas e ajeitando a casaca, o de cabelos negros revira os olhos, o maior começa a encara-lo.

- Por que está a me encarar? Saiba que isso não é nada educado de se fazer.- Cruza os braços e faz uma expressão emburrada, estava realmente se aborrecendo, esquecendo que havia um corpo morto perto de si.

- Estou apenas me conformando de que tu és uma gracinha.- o italiano sorriu ao ver o leve rubor na bochecha bronzeada do garoto, Ace sussurra algo em latim e sai ligeiramente pelos becos, porém dá meia volta espiando o italiano.- O que irá fazer a respeito do corpo morto?- Afinal, que homem em sã consciência matava um soldado britânico e deixava o corpo no beco?

- Nada? As colonias não estão em rebelião? Pois bem, não vai surpreender a ninguém um desses aí morto.- Respondeu sarcástico, Ace pisca várias vezes enquanto se apoiava numa parede de um casebre sujo.

- Ah, perdão.- Desculpou-se, irritado com o sorriso sarcástico do imigrante.

- Como poderia não perdoar-te? Já disse que és uma gracinha?- O italiano repete, e deleitou-se com o rubor do outro, que sumiu rapidamente sem fazer uma única pergunta, nem mesmo qual era o nome de seu "salvador".

Victor estava sorrindo. - Mas ele realmente é uma gracinha, não acha?- Ele pergunta para o corpo morto, e o chuta, rindo levemente enquanto sumia nas sombras dos casebres de madeira sujos e  extremamente perto um dos outros.




Enquanto fazia o caminho para casa, Ace pensava no que havia acabado de acontecer, quando percebeu, já via o casarão ao longe, e a doce melodia do mar que acariciava seus ouvidos, ele pula a cerquinha e se enfia pelos arbustos, que eram consideravelmente grandes, e vai até o jardim inferior da casa, onde ele costumava se encontrar com Margaritha quando possuíam dez anos, saindo dos arbustos ele sorri com a memória, e anda lentamente até a porta que dava passagem a cozinha, tomando cuidado para não pisar no rabo de um dos gigantes cães que guardavam a porta da cozinha, esperando que alguma petisco fosse jogado.

Ele abre a portinhola superior, verificando se não havia ninguém ali, estranhamente, ninguém limpava, ou fazia comida, nisso o garoto abre a porta por inteira, com passos lentos e com delicadeza ele fecha a porta, que solta um rangido teimoso e irritante.

Ace tira o capuz e o bota em seus ombros, respira fundo e quando se vira, vê uma Margaritha irritadiça e batendo o pé, estava com um vestido amarelo de seda bem elaborado, seus cabelos lustrosos e castanhos caiam sobre seus ombros, os olhos cinzas cerrados ameaçadoramente, ele engole um seco e começa a gesticular nervosamente, apoiada no vão, ela dá um longo suspiro, preocupado e cansado, e vai até ele, acariciando seu rosto.

- Sabes que não podes sair assim, irmão.. Por obséquio, não faças mais isso...- Ela paralisa ao ver o envelope nas mãos do meio irmão, ela se afasta quase trêmula.- Como ousas..?- Sua voz era chorosa, ele tenta se aproximar da pequena, porém ela o afasta com violência, passando pela sala e subindo as escadas com passos pesados, cansado ele passa a mão nos cabelos negros e sobe as escadas se dirigindo ao seu quarto, ele ouve um bater de porta, sabia que a irmã havia se trancado no quarto, e não iria sair do comodo tão cedo.

O garoto abre a porta de seu quarto, jogando o capuz na cama preguiçosamente e olhando o envelope, ele já tinha feito uma decisão, e não pretenderia voltar atrás, ele esconde o envelope na gaveta de seu criado mudo, ao lado da cama, e o tranca, guardando a chave na sua calça de algodão.

Meio a contragosto, ele guarda o capuz negro abaixo de sua cama e quase que num pulo, endireita a postura ao ouvir os passos pesados se dirigindo até seu quarto, conhecia aqueles passos no piso de madeira. Era Lucius, vindo o importunar, como de costume.

O homem de cabelos, antes negros, grisalhos para na frente da porta, a postura rígida e os olhos cortantes pousaram sobre o garoto, satisfeito.

- Vim lhe avisar que em uma semana irá visitar Lilian em YorkTown, e espero que fique apresentável, sabes que tem de impressionar o povo de lá, eu confio todas as minhas esperanças em ti, e não sei se isso é uma boa ideia.- Comentou desgostoso, Ace teve que se controlar para não revirar os olhos ou atacar o homem a sua frente verbalmente.- Margaritha vai contigo, a menina precisa arranjar alguém para com quem se casar.- Ele se retira, indo para outro comodo da casa, os olhos escuros de Ace reluziam em raiva, como ele ousava se referir a sua adorada irmã como um mero objeto de troca? Se controlando para não socar alguma coisa ele olha para a mesa onde ele costumava escrever e desenhar, principalmente, a paisagem que via de sua janela.

Ele começou a folhear os desenhos, vendo diversos retratos de sua irmã, ele sorriu de canto, revivendo as memórias, num suspiro ele bota os desenhos no lugar e vai se sentar sobre sua cama macia, amarrotando os lençóis azuis com detalhes em branco.

- Não é como se eu amasse Lilian de qualquer forma.- Resmunga.- Ela também não me ama, mas não ligas para isso, nunca ligaste para nada envolvido a mim a não ser teu próprio beneficio, seu maldito velhaco.- Ele sussurrava, as palavras carregadas de ódio.

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Dia seguinte, Madrugada.- 1775

O Sol nem havia nascido, e lá estava Ace, coberto pelo seu capuz negro indo em direção ao estabulo, pode ver os escravos levantando, todos robustos e grandes, indo em direção ás plantações.

As moças davam comida aos animais, enquanto as crianças distribuíam o alimento aos gigantescos cães de pelagem escura, porém Ace não poderia para ver a rotina deles, como gostava de fazer, ele correu até o estábulo bem planejado perto do casarão, estava limpo, e o cheiro lhe era deliciosamente familiar, ele passava em frente as baias dos cavalos, e para na frente de uma em especial.

Ele sorriu ao ver seu belo cavalo negro, o pelo bem escovado e a crina cuidadosamente trançada, ele era lindo.

- Salut, Bucéfalo.- O garoto deu um sorriso amistoso, no qual o animal pareceu reconhecer, Ace vai pegar seu equipamento de montaria, enquanto conversava com o cavalo, que o parecia entender. Ambos eram parecidos e inseparáveis, já voltando ele abre a baia do estoico animal, o equipando e  montando, ele respira fundo.- Agora não tem como voltar, vamos, velho amigo.- Então o cavalo disparou para fora do estabulo, rápido como um raio, as escravas que estavam se dirigindo para a cozinha começaram a entrar em desespero, afinal, o que as pobres mulheres falariam para seu patrão?

-quebra de tempo-

Porto de Geórgia

Ace diminuía o galope aos poucos que chegava no, agora, pouco movimentado Porto de Geórgia, atualmente estava ocupado por uma massa de soldados americanos montados esperando por segunda ordem de saída.

O jovem acelerou a montaria até eles, se misturando em meio aos uniformes azul escuro e vermelho, Ace desatou o laço do manto negro e o jogou para a bolsa na garupa do cavalo. Agora sem o manto, mostrava o uniforme americano que se mostrava belo ao corpo do jovem, sem entender aonde deveria exatamente ficar, Ace cutucou um colega ao lado, um loiro montado em um Mustangue Espanhol Palomino.

- Bom Dia Senhor, poderias me dizer como o posicionamento está regulado? - Ace perguntou.

- Pelo que parece não estão a seguir nenhum regimento, senhor. - Respondeu o loiro com o sotaque forte da língua natal, Ace tentou reconher, Francês? Com certeza não, era um sotaque mais rústico e de voz elevado, Alemão? Era um possibilidade que Ace aceitou como a explicação. 

Puxando as rédeas da montaria, Ace se posicionou ao lado do provável Alemão que parecia tenso, logo, um som trovejante de cascos soou por trás de Ace, ele virou a cabeça e viu um cavalo negro com franjas de pelo cobrindo o casco enorme,um Shire, uma raça inglesa de cavalos de tração . Ao lado um cavalo menor e mais delicado, corpo magro e esguio com uma depressão leve na cara fina, o pelo castanho sangue reluzindo a luz do Sol. Neles montados elegantemente, dois homens em uniformes brancos com detalhes dourados e azuis. Soldados Franceses.
 
Eles passaram por Ace e se posicionaram a frente de baixas patentes americanas, os soldados montados em Puro-Sangues e Anadaluzians pareciam minúsculos próximos ao Shire gigantesco, Ace notou que o alemão ao lado com cara de nojo

- Olhe para nós, sou um soldado do Império Francês, uso calças justas e gosto de baguete- Disse em zombaria, Ace deu um risinho mesmo sabendo que aqueles soldados não pensavam daquela forma, o moreno olhou detalhadamente para o francês menor, vendo que ele tinha na casaca uma cruz vermelha ele teve noção que era o médico que iria cuidar daqueles soldados.

Haviam duas filas, uma em frente a outra com um espaço ao meio para a passagem dos cavaleiros. Vindo lentamente em um trote socado, um Tenente-Coronel, uma das mãos colocada na cintura elegantemente, um rosto delicado e expressão superior.

- Iremos sair neste exato momento senhores, entrem em posição sobre uma fila e iremos seguir em cavalgada para a província de Massachusetts, levaremos entre 4 e 5 semanas até a chegada total da nossa cavalaria. - Ele se virou empinando o cavalo e erguendo o braço - Avançar homens! - Ele gritou e saiu a trote em frente com três outros atrás, passando pelos dois franceses, o que estava montado no Shire foi formando a fronte da fila, era agora, não tinha para aonde fugir, Ace notou que era a vez dele de se juntar a fila, ele acelerou o passo de Bucéfalo, atrás do Alemão, Ace passou ao lado do frances, o rapaz que havia descido do navio de imigrantes na manhã passada, quando ele percebeu que Ace o fitava, o francês sorriu e deu um leve aceno com a mão coberta pela luva branca, o que fez Ace ruborizar logo o soldado seguindo por trás de Ace, os médicos ficavam na última linha para serem protegidos caso ataques ocorressem.

-Quebra de Tempo-

Cidade de Augusta, próximos a fronteira com a Carolina do Sul.

Ace seguia a cavalaria a mais de 4 horas, estava começando a sentir as pernas doendo do tempo que passou na sela, a visibilidade estava baixa, já era tarde da noite mas ele não sentia sono, a adrenalina no sangue o deixava acordado, diferente do alemão que seguia a frente apenas pelo cavalo, até então tombar a cabeça para o lado e cair da sela em sono profundo.

- Meu Deus... - Ace se surpreendeu ao ver o cavalo seguir sem o cavaleiro que dormia no chão, até ser pego pelo médico e arrastado até sua posição.

- Non durma em meio a marcha, Monsieur - Pediu o francês com a voz doce e articulada sobre o sotaque, o alemão acenou confirmando e o médico retornou a sua posição no fim da fila.

Mais a frente Ace reparou um albergue iluminando o caminho, eles iriam descansar ali naquela noite, deveria dormir bem, já que, as próximas ele passaria acordado ou sobre a sela do cavalo.

Todos os soldados aceleraram e começaram a galopar ordenados até o albergue, chegando mais próximo Ace viu na porta a Bandeira de Betsy Ross presa mostrando propriedade das tropas americanas, o tenente-coronel apeeiou do cavalo junto de seus confrades.

A fila se desfez e cada um amarrou seu cavalo em um ponto de redes diferente, pequenos tocos aonde o cabresto e as rédeas eram amarradas, Ace amarrou Bucéfalo junto dos cavalos de patentes baixas que ele não conhecia.

- Descanse garoto - Ace acariciou o topete de Bucéfalo e o animal bufou em resposta, Ace sorriu e foi junto dos soldados para dentro do Albergue, ele estava nervoso, até sentir alguém tocando em seus ombros, ele se virou assustado e viu o soldado francês médico, como se chamava? Pretuchio? Petroneo? Pernet? Perter? Isso! Perter!

- Boa Noite, senhor Perter! - Ace deu continência e sorriu, o rosto do francês estava com uma expressão de desapontamento

- É PE-ter, senhor Ace - Peter sorriu e passou o dedão delicadamente na bochecha de Ace com um sorriso impuro, olhando em volta a procura de ajuda Ace viu o colega francês de Peter olhar com os olhos esbugalhados. Logo indo embora se juntando com o outro francês, Peter disse algo que fez o colega se virar de súbito para Ace e começou a vir, o moreno olhava para os lados frenético assustado, cada vez que se aproximava o francês parecia maior, até ele chegar e estender a mão para Ace.

- Louis Francois, é um prazer senhor. - Louis disse com o rosto sério, Ace fitava os óculos do soldado, puro ouro, no peito dele uma cruz de prata, um clérigo?

- Ace Cornwell, senhor - Ace sorriu e estendeu a mão comprimentar do Louis

- Mon'ami Peter disse que é um homem de boa índole - Louis sorriu de canto com uma expressão como se tivesse certeza que aquilo era um blefe - Espero que ele esteja certo, Monsieur - Ele se virou e deixou Ace com suas palavras, parando no meio do caminho e olhando para o moreno sobre o ombro, Ace sentiu os olhos azuis gelando a alma, o que o fez estremecer. - Está na hora de nos retirarmos para dormir. - Ele então voltou ao seu caminho junto aos patente alta.

- Cruzes - Ace disse olhando para o chão, era um cara bem esquisito, mas, imigrantes sempre tem um ar diferente das pessoas da terra

Ace abriu a porta de um quarto aonde vários homens dormiam espalhados, pelas camas, redes e pelo chão, havia um rede vazia ao canto, e numa velocidade como um animal ele saltou sobre ele, ao jogar seu peso sobre ela, um pequeno estalido e Ace se viu no chão, o peso delee a força como tinha caído quebraram os pinos que prendiam a rede, o que fez ele cair.

Felizmente, todos já estavam dormindo e ninguém viu a queda do jovem, que se levantou rápido e colocou a rede no lugar, agora, se deitando adequadamente.

- Amanhã será mais um dia de tantos nessa guerra - Ele então fechou os olhos e deixou que o sono o levasse.











   

Comentários

  1. Eita Victor! Será que você falou gracinha só de gozação? To com vontade de shippar >W>
    Tadinho do Peter, até eu ficaria desapontada se falassem meu nome errado ;m; (Na verdade falam)
    Estou curiosa com o que vai acontecer >W<

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    Respostas
    1. Ashaushsua, PODI SHIPPA OQ TU QUISER
      Pq a parada vai ficar loka \(^3^)/
      Poisé, pobre Petey ,-,
      Ace esquecido -^-'
      pODI FICA CURIOSA MEMO HUEUUEHUEHE

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  2. Affz eu achei que o que morreu era o Lucius , q triste , queria q ele morresse logo. N aguento mais nem ele nem a tal da Ruth.

    Esse victor aí parece q é viado , fica chamando ele de gracinha... eu hein.

    Pelo jeito todo mundo nessa série tem cavalo BFF, queria eu ter um XD

    -Olhe para nós, sou um soldado do Império Francês, uso calças justas e gosto de baguete // kkkkkkkk , eu certamente diria isso se estivesse lá.

    Essa parte do final ... mds ace! Vc é mto desastrado , ia pagar micão se o povo acordasse XD

    Enfim , ótimo capitulo como sempre ^^ Espero pelo próximo.





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    1. Tudo tem seu fim, inclusive o Lucius...
      Ah n se incomode, a maioria ae ñ é hetero 😂😂
      N tem problema c isso, né?Espero que não.
      Além de azarado, o Ace é desastrado xDD
      Mas eu ainda amo ele <3
      Aww, obg

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