Lillium e a Virada da Ampulheta - Capítulo 3: Decisões


O silêncio fúnebre preenchia o corredor, mas foi interrompido pelos passos rítimicos de ambos os deuses que caminhavam por ele. A luz do Sol entrava fraca pelos vitrais coloridos refletindo no piso polido de mármore branco, Scorpio olhava as paredes que antes mantinham em si quadros da criação das constelações. Agora, vazias deixando apenas a marca que o tempo fez da presença da moldura na construção.

O enorme relógio zodiacal no teto contava em qual temporada estavam, era belíssimo de ouro e ametistas encrustadas, no lugar dos números convencionais brilhavam em ouro pequenas esculturas representando as Doze Constelações e a que brilhava no momento com o ponteiro direcionado era Libra.

Continuando o caminho, Aquarius e Scorpio se depararam com a porta no fim do corredor, era longa e estreita de madeira escura. Parecia estar trancada por uma espécie de fechadura especial extamente no seu centro, o símbolo de Aquário se mantinha gélido emanando a leve energia da magia de proteção que nele havia sido conjurada. Mais chamativo ainda eram os belos desenhos que preenchiam a madeira do portal, baleias voadoras, focas do gelo e ursos brancos entalhados de forma rústica, mas requintada.

O homem azul tocou o símbolo com a ponta dos dedos que brilharam em resposta, a porta se destrancou e deslizou para dentro das paredes suavemente, que se trancou mais uma vez após passarem por ela. O que ela escondia, um quarto de dois andares unidos por uma escada lateral, o primeiro andar mesas e mais mesas repletas de amostras vivas enjauladas, béqueres fumegantes com líquidos de cores diversas e uma grande quantidade de papel empilhado em meio a dispositivos de tecnologia avançada, tudo iluminado pela fraca luz laranja vindo da enorme janela ao fundo coberta por vinhas e trepadeiras verdejantes. O segundo andar por outro lado não havia paredes o escondedo, apenas um baixo muro que deixava a grande leva de estantes repletas de livros de origens inimagináveis.

Discretamente em meio a tantos objetos, Virgo estava sentada em frente a uma das mesas do andar de baixo cantarolando, na ponta das garras um lenço e um peça de Xadrez. Aquarius ao ver o que ela estava segurando parou de respirar, era uma de suas peças de Xadrez automático feito de tecnologia avançada, e lá estava ele nas mãos da Paudha sendo coberto de uma mistura de água e álcool dentro de um borrifador.

- O que você está fazendo? - Aquarius perguntou apontando para Virgo com a mão trêmula de ansiedade, ela o olhou erguendo o cenho devidoa a ausência de sobrancelhas.

- Estou limpando, tinha tanta poeira que parecia estar abandonado. - Ela respondeu, mas sem perceber a reação do azulado continuou a borrifar a mistura, agora no tabuleiro de tela.

- O meu conjunto de peças de Xadrez automático, você as destruiu. - Pegando a mão vegetal da deusa ou deus, Aquarius olhava com pesar as peças que agora chiavam os circuitos internos como se buscassem pro ajuda, era deprimente, mas fez até mesmo com que Scorpio soltasse uma leve risada.

Quebrando a ocasião fatídica, um estrondo preencheu o ar chamando a atenção das três divindades, Aquarius abriu a porta mais uma vez e lá estava, Áries caido no chão após ter se encontrado contra a porta de uma forma brutal. Scorpio ao ver se levantou e foi rapidamente até o carneiro, que resmungava de forma initeligivel com a face voltada para o chão. A Morte cutucou o menor com o dedo pontiagudo da armadura, e a única resposta que teve foi o farfalhar da pequena cauda do carneiro em alegria, então, o pegando Áries delicadamente enquanto o mesmo balia como um cordeiro, Scorpio o levou para dentro do laboratório.

- A cabeça dele é pesada, amassou um dos ursos da porta. - Scorpio falou colocando o tosão de ouro sobre a mesa, Áries levantou o olhar piscando chacoalhando o crânio, estava atento novamente.

- Podemos começar agora? Estamos perdendo tempo. - Virgo resmungou cruzando os braços, Scorpio ergue uma sobrancelha sorrindo divertida.

- Você é muito autoritária pra quem não tem nem sobrancelhas. - Disse ela de forma implicante, enquanto Aquarius apertava o botão na lateral da mesa do centro do laboratório. Do pequeno dispositivo implantado na madeira da mesa redonda lustrosa, um holograma se projetou enorme, Lillium, o mapa do planeta que eles vivam e que precisava de ajuda. Era visível o extremo norte, o frio profundo, avançando de forma brusca para o interior matando tudo que estivesse em seu caminho, esse era o principal malefício da aunsência do Sol, estava tudo fora do eixo.

- Fica pior a cada ano... Como podem dar as costas para isso? - Áries perguntou olhando o holograma com tristeza, Scorpio soltou um longo suspiro concordando com ele. Aquarius deslizou o dedo pela tela mostrando mais imagens, agora eram de anos anteriores, até hegar nas de séculos atrás logo quando o Sol havia dormecido.

- Antes estava lento e controlado, não era preocupante, mas agora esta muito rápido. - Aquarius passou a mão na testa cristalina se apoiando na mesa pensativo.

- E a Magia? Tem alguma notícia dela? - Perguntou Scorpio olhando o colega, o azul levantou olhar para o mapa apontando para Camelot.

- Durante o caminho para a Torre eu falei com o Mágico, e o Feiticeiro de Camelot - Aquarius disse cruzando os braços - Eles prometeram ajudar buscando resquícios de onde esteja concentrada a Magia.

- Espero que consigam, precisamos achar o Profeta o quando antes, e isso não vai ser fácil . - Virgo disse erguendo uma sobrancelha olhando para baixo sem fitar nada específico, todos assentiram em conjunto de forma estranha.

- Tentei falar a sós com os outros, alguns não me ouviram, mas temos o apoio do Capricornus garantido. - Áries pulou para o chão falando olhando diretamente pra cima, todos eram maiores que ele e sempre tinham que olhar para ele como se fosse uma criança;

Aquarius assentiu novamente, era bom ter ajuda mesmo que não fosse direta dentro do círculo deles, teriam problemas em enfrentar os que estavam contrários a busca pelos profetas e fazer isso sozinhos seria perda de tempo e cansativo.

- Iremos partir assim que tivermos todas as informações nescessárias, não vai levar muito tempo. - Aquarius afirmou subindo as escadas para o segundo andar.

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Passando pelas cortinas negras e roxas, Câncer ia rapidamente com uma bandeja metálica em mãos, nela as agulhas estéreis tilintavam sobre a superfície polida e gelada. Ela estava atrasada para seus afazeres, e ele não ia gostar nada disso.

Adentrando na última cortina, o quarto escuro, se não fosse uma enorme estrutura em forma de cilindro armazenando o líquido tão dourado e brilhante como ouro, era como se estivesse e chamas eternamente. A luz do cilindro refletia sobre a cadeira de couro negro próxima a parede, que mantinha ao lado um descanço para braço.

- Enfim você chegou, achei que tinha se perdido em meio a confusão. - A voz grave e cortês soou em meio a escuridão fazendo a pequena Deusa se arrepiar olhando na direção, se aproximando dela estava o Tempo, sorria simpático colocando a mão sobre o ombro dela, que olhou confusa.

- Eu vim assim que me chamou, trouxe as agulhas novas que havia pedido. - Câncer mostrou as agulhas em sua bandeja, o Tempo sorriu ainda mais e se sentou na cadeira cruzando as pernas fazendo um sinal com a mão que ela podia começar seu trabalho. Indo até ele, a nereida apalpava os dedos sobre o braço do homem inserindo as agulhas delicadamente, ele olhava com prazer. Envolta do cilindro, a base metálica havia repleta de tubos enrolados em sua lateral que saiam direto de dentro do armazenamento, Cancêr suspirou tristemente e conectou tubo por tubo nas agulhas presas no Tempo, o líquido dourado, a essência, fluiu preguiçosa devido sua densidade até as veias do Deus.

- O senhor não está tendo efeitos colaterais por causa disso? - Perguntou a azul com a voz baixa em timidez, ele então a fitou erguendo uma sobrancelha e logo, gargalhou.

- Não ainda, mas estou aproveitando bem tudo que posso absorver. - Explicou pulsando a própria mão, parecia agora ainda mais alegre, mau piscava enquanto olhava a essência mágica entrar dentro de suas veias fazendo-o um novo ser. Câncer olhou para trás, lá estava ele, o Sol. Deitado dentro de uma câmara, o Tempo o tirava de seu leito em seus aposentos e quando precisava, colocava o irmão adormecido ali, onde tinha sua essência divina sugada lentamente. Era uma relação de hospedeiro e parasita, e Câncer não conseguia achar isso certo, ela precisava fazer alguma coisa.

Enquanto o Tempo se mantinha em puro extâse, a essência agia como uma toxina em seu corpo. A deusa sendo assistida pelos rascunhos médicos nas paredes, que a olhavam com suas faces de músculo e ossos, criou coragem em agir. Indo silenciosamente pelas gavetas dos armários vítreos mantidos nas paredes, a pequena empunhou mais uma agulha dentro do depósito congelado, engolindo em seco e quase se deixando levar pelo nervosismo e ansiedade que preenchiam seu peito ela se colocou diante de um dos tubos venosos, que pulsava luminoso. Respirando fundo ela injetou a agulha atravessando a superfície siliconada, a pressão era grande e fez a essência logo preencher a seringa indo contra até mesmo sua viscosidade.

Tirando com delicadeza do ducto que logo se fechou com a compressão própria, ela tirou as últimas bolhas de ar presentes no interior da seringa. Era um vidro especial usado nela, o vidro que era manuseado pelos humanos entraria rapidamente em colapso devido a energia divina que a essência de um Deus como o Sol possuía, era uma seringa própria para se usar em uma divindade.

Ela olhou para o Tempo, estava fora de si e não percebeu o que ela havia feito. Era arriscado, mas ninguém além deles podia entrar naquele quarto, e em Câncer o homem confiava de olhos fechados, o que ela poderia fazer a ele? Pensava o homem de pele roxa como a luxúria de seus atos. Colocando o a proteção emborrachada sobre a agulha, a Deusa escondeu sua desobediência em meio suas roupas, ninguém iria ficar sabendo do que houve ali.

Era a única forma que ela poderia ajudar os seus amigos, criar algo que os levassem até o Profeta. Ela não gostava de desobedecer ordens, era errado e deixava ela ainda mais triste, mas era um mau necessário, o Tempo e sua ganância estavam acabando com o mundo que todos conheciam. O som dos murmúrios do Deus quebraram o estado de pensamento da azulada, que logo o fitou abrindo as barbatanas, algo estava diferente, um de seus olhos que antes da sessão eram ambos belos e dourados, estava negro como se tivesse morrido, sem magia alguma, a nereida abriu a boca deixando escapar um pequeno som de começo de fala chamando a atenção do Tempo, mas ela logo sacodiu a cabeça negando e preferindo se manter calada, ele iria definhar se continuasse essa atrocidade e viraria um monstro por fora também, já que seu interior já era obscuro e degradante o suficiente para deixar qualquer criatura das trevas de queixo caído.

- Acho que já está bom por hoje. - Ele disse, a voz falha como um rosnado fez a pequena abaixar as orelhas assentindo indo até ele, não conseguia parar de olhar o olho que uma vez fora tão bonito e cheio de malícia, agora preenchido completamente pelo negro ébano. Com o olho bom, ele olhou a menor que logo desviou seus olhos rosados para seu trabalho, era desconfortável quando ele fazia isso, mau chegava a piscar.

- O senhor está pronto para ir... - Câncer terminou seu trabalho mostrando a porta com a mão, o Tempo se levantou sorrindo olhando para o irmão na Câmara, indo até ele, abriu a cúpula de acrílico e beijou sua testa suave e sorrindo.

- Continue sonhando pelas estrelas meu irmão querido, eu te amo muito.

P.S: Depois de tanta falsidade eu preciso de um chá de camomila - Virginis

P.S: Pego esse mlk pelo nariz e scronch him from existence -Antares, enfurecida novamente


Comentários

  1. PÔ VIRGO MANCADA >:(
    "Você é muito autoritária pra quem não tem nem sobrancelhas." Nuss eo num dexavaa
    KRL TEMPOOO O_O
    MATA ELE, MATA, PÓ MATA, ARREGAÇA NINGUÉM VAI SENTIR FALTA
    Vai Câncer meu anjo ;w;
    Aguardando pelo Tempo se ferrar!

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    1. LKKKKKKKKKKKKKKKKKK gruti's fall
      SCRONCH IT FROM EXISTENCE TODOS CONTRA OCLIXOOOOOOO
      Câncer: O-obrigadinha (⁄ ⁄•⁄ω⁄•⁄ ⁄)

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    2. KKKKKKKKKKK Gruti goig briofital. KILL OCLIXO BBK FALSO. Ela eh um amorzinhonn LUV

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  2. Estou encantada pela quantidade de detalhes descrevendo os cenários, consegui imaginar perfeitamente <3

    Peças de xadrez automáticas? Sinto cheiro de farsa >->

    Não entendi, o Tempo tá injetando "o que do Sol" no corpo? O sangue dele? Essência? Ata, é essência, tá escrito ali kakska

    Sim, Câncer, não pode ajudar quem tá fazendo coisa errada, não cometa meus erros, não veja algo bom em quem não é bom, isso é ruim ,m,

    ~~AGUARDANDO!

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    1. HIHI q bom (@ ^ ◡ ^)
      Aquarius: Claro que não, minhas magníficas peças eram compostas de um material muito especial de *blá blá blá*
      Tempo eh crackudo e injeta msm
      Câncer: (´ ,, • ω • ,,) ♡

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    2. HIHI que bom que esteja dando pra imaginar certinho (•~•)
      Marquin mestre da tecnologia
      Oclixo é o famoso drogado da Crucilândia
      Ela eh mto PRECIOUS

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