O Leopardo_ Cáp 3: Descoberta_




Já havia se passado algumas luas desde o incidente, Sora não tinha saído da toca desde então, Kayn o proibia, a não ser que estivesse sendo supervisionado pelo mais velho, o lince estava mais severo com o mais novo, este havia se recuperado rapidamente do ferimento que a loba havia feito em suas costas, o que fez  avermelhado estranhar, sabia que apenas os animais com elementos eram tão resistentes e fortes, portanto, Sora não parecia ter nenhum. O que deixava tudo mais curioso.
Os olhos dourados do pequeno sempre se voltavam á saída da caverna, estava curioso para sair novamente, mas desta vez, sozinho. Ele iria aproveitar que Kayn estava em caçada, e com passos silenciosos ele se dirigiu a entrada, chicoteando sua cauda quando os olhos piscavam para se acostumar com a claridade do lado de fora, ele mexe as orelhas e põe seu corpo inteiro para fora, olhando para todos os lados arisco.
Sora estava maior e mais maduro desde que havia se isolado na caverna, havia crescido em uma velocidade anormal, em um tamanho diferenciado, o seu tamanho era maior que a média dos outros leopardos machos, seu pelo ainda não havia nenhuma mancha, como na profecia.
Ele fareja o ar, com as orelhas empinadas, e os músculos levemente tensos. O que Kayn faria se descobrisse? Sora suspira, ele não devia fazer isso, não mesmo. Culpado, ele segue seu caminho, andando em uma direção completamente aleatória, mesmo que fosse o errado, sua curiosidade sobre o mundo era demasiada, afinal, Kayn não poderia manter o leopardo preso para sempre, nem mesmo caçar o mais novo sabia corretamente.
Ele olhava tudo com muita admiração, como um filhote, afinal, ele raramente saia daquela caverna, que ultimamente parecia ficar cada vez menor para ele.
 Sentir a grama rasteira entre as suas patas lhe dava um sentimento de renovação, se sentia mais novo, mais feliz, assim como a brisa que passava pelos seus pelos densos, mesmo que não pudesse ignorar o leve calor, sabia que seu lugar era no alto das montanhas, mas achava lá em cima tão sem graça que nunca, mas nunca mesmo tinha pensado em voltar, as vezes pensava que essa ideia era um tanto repugnante.
A medida que caminhava as árvores iam ficando com seus troncos mais grossos e maiores, a vegetação mais densa, sem noção de onde estava indo, o  jovem leopardo se depara com uma bela clareira, alguns raios de sol iluminavam o lugar escuro, com passos leves e silenciosos, dignos de um felino, ele vai ao centro da clareira, se deitando preguiçosamente, a relva que crescia ali era confortável e acolhedora, fazendo Sora adormecer num piscar de olhos.

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- Ah cara - Resmungava um lobo, com um tamanho fora do normal, ele era praticamente um anão. - Briggan, meu caro, não é por aí, e pare de cheirar as flores! - Exclamou irritado o baixinho enquanto dava pulinhos, deixando-o mais cômico.

- Por favor, para que toda essa pressa? - Briggan soltou um grunhido, se erguendo.  Era notável que o lobo havia crescido monstruosamente, assim como toda a linhagem de sua família, o cinzento possuía um elemento, que o diferenciava dos demais.

- Tenho ordens de lhe levar á clareira dos coelhos, temos que treinar, se lembra? - O tom do mais velho era cínico, apesar de baixo e levemente patético, aquele lobo era extremamente habilidoso, havia formado os melhores guerreiros da alcateia.

- Claro que me lembro - Bufou irritado, se virando com os olhos esbranquiçados para o menor. -Vamos, oh, grandioso mestre - O tom debochado do jovem fez o nanico resmungar.

- Claro, oh, fiel aprendiz - Devolveu no mesmo tom, se dirigindo á clareira trotando elegante, Briggan o seguiu, sendo guiado pelo olfato e audição. - Briggan - Chamou-lhe a atenção, as orelhas do lobo se mexeram em direção á voz de seu mestre.

- Sim, Nyr? - Perguntou o mais novo.

- Sabe que, sendo dono desses elementos tens muita responsabilidade sobre seus ombros não sabe?- Irritado, Briggan solta um grunhido.

- Sim eu sei, conversam isso comigo todo dia, tanto que está ficando chato.- Respondeu rebelde, fazendo Nyr soltar um suspiro cansado, e sem mais nenhuma palavra, ele continua o caminho, com a cabeça abaixada e em silêncio.

Briggan sentia toda a vida em volta de si, aquela era a sua visão, e agradecia aos céus por ser abençoado com tamanho poder, mesmo que as responsabilidades, palavra com significado que repudiava, fossem maiores. Aos poucos em que caminhavam, ele podia sentir a relva característica da clareira ficando mais presente no local, mas uma outra energia, de aura familiar e destrutiva, também se aproximava, ele farejou o ar, e antes que percebesse, havia chegado.

Podia sentir seu mestre agachado, os pelos da nuca do lobo prateado estavam levantados, ele fez o mesmo, confuso, de onde conhecia essa energia?

- Maldito leopardo - Rosnou. - Vamos tirar o desgraçado do nosso território, será essencial para o seu treinamento. - Nyr levantou, mas paralisou - Sem... Manchas - Sussurrou para si mesmo, lentamente. - Vamos mata-lo! - Esbravejou, com os dentes á mostra, correndo em direção á clareira com passos feito trovoadas.

Briggan não conseguia se mexer - ...Sem manchas? - A boca entreaberta - Sora! - Gritou, correndo atrás do mestre, afim de para-lo. - Nyr, pare! - Obviamente o mais velho não ouviu.

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Com um susto ao ouvir o seu nome, o leopardo acorda com um grande pula para trás, notando que havia um lobo de coloração prateada, e incrivelmente pequeno o olhando com as presas á mostra e os pelos da nuca arrepiados, olhando mais ao redor, seus olhos dourados se encontram com uma figura familiar, um lobo acinzentado, de olhos sem vida. - Briggan! - Sorriu ao ver um velho amigo que não via á tempos, ele não parecia tão entusiasmado ao reencontra-lo, sua expressão continuava séria, aquilo fez as orelhas do leopardo se abaixarem automaticamente.

- Vocês se conhecem?! - Perguntou o pequeno lobo, sem abaixar a retaguarda.

- Somos apenas conhecidos de infância, não há necessidade de tanta baderna, mestre. - Sora olhava de um para outro, com os olhos dourados arregalados.

- Mestre? - Perguntou, e foi cruelmente ignorado.

- O protegido do lince de fogo é? - O prateado o olhava com um sorriso cruel.

- Esse mesmo - Respondeu Briggan, se sentando.

- Devemos aproveitar e acabar com esse  fruto da maldição, não acha, meu pupilo? - O nanico o rodeava, os olhos azuis tempestade nublados em maldade.

- Por favor, eu não quero brigar! - O Leopardo implora, mas aquilo não mudou a ideia do lobo. - Briggan? Explique para ele! Eu não os farei nada - O tal dito amigo, porém, não se mexeu nem um músculo, os olhos dourados de Sora se arregalaram, ele se levantou fracamente, mas é derrubado no chão com uma força assustadora.

- Deixe de ser um fraco pivete! - Rosnou o prateado - Afinal, devia ter pensado antes de botar suas patas sujas no nosso território. - E mordeu a garganta de Sora, apertando sem piedade.

Sentindo as lágrimas de dor brotarem nos olhos, o leopardo olha por uma última vez para Briggan. - ...Briggan? M...Meu amigo, me... Ajude - Sua voz era abafada e fraca, extremamente fraca. O lobo, no entanto, continuava na compostura séria, encarando impiedosamente com os olhos brancos.

Aquilo despertou uma fúria tremenda em Sora, aquele maldito, o mesmo que havia dito ser um amigo, lhe virará as costas no momento em que mais precisava dele.

Com as patas traseiras, Sora dá um forte chute na barriga do prateado, tirando-o de cima de si, ele se levanta imponente, os poderosos músculos tensos enquanto demonstrava as presas afiadas. Nyr, apesar de surpreso pela força descomunal do jovem, se recompõe e se levanta sorrindo, não mais como um lobo, mas como uma raposa corrupta e ardilosa.

- Interessante, deveras interessante - Ele se mexia como um raio, aquilo deixará Sora tonto, mas estava com tanta raiva, que não se importava mais.

Sentiu uma forte mordida na nuca, ele rosnou alto, e se jogou de costas no chão, ouvindo um ganido de seu agressor, que estava espalhado pelo chão. Sora voltou á posição de ataque, não havia percebido, que, por onde havia caminhado, tudo havia morrido, apodrecido.

Nyr não se deixaria por vencido, se recuperando rapidamente, suas patas soltando raios.

- Parem! - Gritou Briggan, seu mestre o olhou, um olhar de puro ódio. - Eu mandei parar -Rosnou entredentes - Sora... - O acinzentado caminhará até o leopardo, que rosnava loucamente. - Me desculpe não o ajudar mais cedo, estava curioso se a lenda da maldição era realmente verdade.- Explicou, com a voz fria.

- Então, não me ajudou para ver se uma maldita maldição era verdade?! - Esbravejou, ele nunca havia se sentido tão irado assim, durante toda a sua vida. - Você me dá nojo! Para mim não passa de restos agora, Briggan! - Seus pelos se arrepiavam. -Nunca mais apareça na minha frente, maldito! - Os focinhos estavam quase se encostando, Sora dá um empurrão no cego, e vai embora, sumindo pela vegetação.

- Eu vou atrás dele - Rosnou Nyr, mas Briggan o impediu.

- Não, ele vai voltar, você verá - Sorriu, o prateado o olhou confuso

- O que quer dizer com isso, Briggan? - Porém, Nyr se calou, como o sorriso calmo do pupilo, aquilo, por uma estranha razão, o dava medo.

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Sora rodava em círculos em cima de uma pedra larga, que dava visão á um rio, os pelos ainda arrepiados e com os ferimentos sangrando, ele resmungava consigo mesmo, afinal, não havia conseguido machucar verdadeiramente Briggan, ainda que ele o tivesse deixado morrer pelas presas de um nanico cruel apenas para ver se a maldição de fato era a verdade.

Ele parou de rodar, paralisado. - A maldição... - Murmurou - É verdade, é de fato verdade! - Gritou, fazendo alguns pássaros saírem voando assustados, as aves o xingavam de coisas que ele realmente não precisava ouvir.- Perdão! - Se desculpou, logo, se deitando pesadamente na pedra, ele olhou para as próprias patas, elas ainda formigavam devido o uso do poder destrutivo momentos atrás, mas, Sora estava tão irritado que não havia percebido quando começou nem quando terminou de o usar.

- Ora, ora - Uma voz Arrastada e cínica ecoou ali. - Parece que o pequeno leopardo finalmente descobriu o que ele realmente é. - De um galho, uma pantera pula graciosamente.- Eu gostei do eu poder, garoto, me identifico contigo, sabe - Ele continuava á falar, como se não desse conta que havia assustado o mais novo.

- C-como assim? - Sora havia se levantado em uma velocidade anormal, a longa e grossa cauda entre suas pernas.

- Pare de ser frouxo moleque - Resmungou - Olhe, tem um lince de fogo insuportável te procurando, ele estava, literalmente, com fogo nos olhos - A pantera riu, mesmo que não tivesse graça nenhuma. Ao ouvir "lince de fogo" Sora estremeceu.

- C-certo ... Vou indo então - Quando estava se preparando para pular da pedra, a pantera e põe na sua frente, sorrindo com descaso, aquilo fez o leopardo-das-neves torcer o focinho irritado.

- Eu tenho que te levar, afinal, está escrito a sua cara que o filhotinho não sabe voltar - Ele falou com ternura e com a voz levemente afinada, aquilo faria o mais novo rir, se não estivesse tão irritado. - E que bela briga arranjou com os sarnentos, achou mesmo que o alfazinho ia lhe ajudar? Por favor - Os olhos verdes do outro reviraram sarcásticos, Sora bufou, visivelmente irritado.

- Por que eu confiaria em você? - Perguntou frio, aquilo fez a pantera rir.

- Ora, é a sua única opção! - Logo, ele explodiu em risos e seguiu em frente.

Apesar de não ter gostado, nem um pouco, daquela pantera de humor ácido, o que aquele ser irritante havia dito era verdade, ele não estava com cabeça para tentar voltar para casa, e não é como se soubesse a direção, de qualquer forma, seguir o estranho era sua única salvação. Mesmo que isso soasse patético e perigoso.

Botando os pensamentos em ordem, o jovem leopardo decide seguir o de pelos negros, que sorri vitorioso, continuando o seu caminho.

CONTINUA

P.S.: UHUUUUL FINALMENTEEEEEEE
Enfim, cara, nem eu tenho palavras para descrever o que eu fiz aqui mas... Espero que tenham gostado e, sim, logo todas as suas perguntas diante dessa história serão respondidas! Flw e até a próxima!!










Comentários

  1. Nossa, eu não sabia que o Nath tinha parentes lobos como o Nyr, q incrivel!

    Nathan : Ei!!! >:c

    Eu concordo com o Sora, o Briggan foi um tremendo FILHO DA ****!!! E o que dizer dessa tal pantera? Parece aquela bruxa de João e Maria que leva eles pro caminho errado só pra tirar proveito, tá ligada? enfim, muito suspeita!

    Eu gostei do capitúlo em sí, mas eu achei que a Luta do Nyr e Briggan contra o Sora devia ter tido mais detalhes, pra mim ela foi muito corrida sabe? Mas de resto, ficou ótimo. Principalmente a parte dessa Pantera suspeita e um tanto malandra.



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    1. SOCORRO! O NYR JÁ SOFRENDO AQUELE BULLO BÁSICO xDDD

      (quem não concorda?)
      (pobre leopardo)
      Mas... As coisas ainda vão andar e maisss coisas sobre o Briggan serão reveladas!

      Ah sim... Eu estava meio que com pouca criatividade para fazer uma luta, mas prometo que as próximas serão mais detalhadas!!
      (he he, essa pantera é o X da questão >3>)

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  2. A curiosidade matou... as plantas? Bichin danado, quero só ver como farei a nova versão da luta dessa cara com a Meg, pobre Meg ;-;

    Briggan, não te considero mais pakas. Teve sua chance e jogou fora, sarnento!
    Na verdade terá mais chances, mas nao entro em detalhes...

    BULLY NO NYR!!!
    Deve ter ancestrais pequineses non?
    parei:3

    Essa pantera ácida, lembrei da literalmente pantera de ácido de uma animação no youtube que assisti, ela eh fofinha até ^^

    Novamente detalhes de "O Raro Perigo" e "O Leopardo".
    N°1 To Impressionada! A área que se passa sua história deve ter elenimais há mais tempo que a minha! Na sua parece que todos os animais sabem. Na minha, pequena parte sabe da existência dos elenimais! AMAZING!!!
    N°2 De novo deve ter há mais tempo, QUANTO ELENIMAL!!!

    like:3

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    1. USHAUHSAUH ENTENDI ESSA REFERÊNCIA >3>
      Pobre Meg MESMO, agora que é um macho, as coisas ficam piores ainda!
      Heh, digo apenas uma coisa sobre isso: BE PREPAREEEEEED

      Quanto bullo com o pequi- digo, lobo xD

      Segredinho não mais segredinho: Ele foi inspirado nela suahsuah

      udbduyabc te explico no chat pra ñ dar spoiler por pessoalis ;-)

      hehe vlws ;3

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