The Two Sides of the Coin_ Cap.8

25 de Abril de 1775
Ace pulava como uma lebre até a Alfaiataria, estava esperançoso com sua vestimenta para o Baile, ao abrir a porta do estabelecimento o sino que mostrava a chegada de um cliente, tocou.
O Alfaiate, Senhor Edward levantou a cabeça do balcão, os cabelos brancos outrora perfeitamente penteados, agora com alguns fios bagunçados caindo sobre o rosto mostrando que ele estava trabalhando em alguma coisa que o deixou afobado.
- Senhor Cornwell! Estava terminado sua vestimenta nesse exato momento! - Disse o Alfaiate enquanto jogava os cabelos brancos pra trás tentando os arrumar como antes eram.
- Fico feliz em ouvir isso, vim buscar ela para levar aos meus aposentos no acampamento - Ace disse sorrindo, o Alfaiate logo puxou um manequim próximo ao balcão coberto com um pano branco, ele puxou o pano mostrando a vestimenta escolhida por Ace.
Ela agora estava mais bonita, o tecido estava lustroso e sem dobras, nenhuma parte desfiada ou esfolada, os botões velhos foram substituídos por novos do mesmo padrão, estava como nova.
- Perfect! - Ace disse com o sotaque britânico forte, sorrindo com os olhos brilhando.
- Fico feliz que gostou, vou embrulhar ela para o Senhor levar - Edward disse enquanto desabotoava a casaca do manequim.

- Catedral Local

Os sinos estavam todos baixos comparados a altura normal dentro da torre, Louis limpava arduamente o exterior do Sino principal.
- Parece que está ficando bonito -  Louis disse olhando seu reflexo no ouro brilhante do Sino.
- E o meu? Está ficando adequado? - Alphonse perguntou de trás limpando um sino menor, mas pesado como o principal
- Você non vê o seu traba... - Louis interrompeu a frase, não era algo inteligente de se perguntar
- Non, eu non vejo... - Alphonse respondeu  levemente ofendido, por ser cego ele não podia ver seu trabalho.
- Excuse moa? - Louis perguntou preocupado
- Oui, Non tem problema... - Alphonse deu um sorriso tão puro que até os Deuses iriam admirar. Louis riu e voltou a polir o Sino.
- Mas, está ficando muito bonito, limpo e brilhante - O Padre disse para o irmos mais novo com um sorriso fino.
- Já acabaram com a limpeza dos Sinos?- Uma voz feminina rouca e grossa veio das escadas da torre, Louis se virou e viu uma mulher de meia idade, olhos azuis, pele pálida e com marcas de idade dificilmente visíveis, vestia os trajes comuns de uma freira.
- Irmã Madalena, não, ainda não acabamos, mas está quase no fim - Louis disse enquanto passava cera no ouro do sino.
- Irmã! Irmã! Irmã! - Uma outra voz feminina, só que mais jovem e infantil subia as escadas, logo, uma moça jovem, mas com uma aparência de criança, chegou ao lado de Madalena, era pequena, olhos verdes folha amendoados, pele clara e o nariz fino e empinado.
- O que quer, Maria? - Madalena olhou para a menor de cima e de sobrancelhas arqueadas, Maria parou de sorrir na hora
- Vim dizer que as nossas roupas chegaram da costura para a prova... - Maria contou para a superior, que assentiu
- Já irei ver como estão - Madalena afirmou e olhou para Louis novamente - E a sua batina, Louis? Já está pronta? Ou vai com aqueles trapos que trouxe da França?
Louis olhou torto pra ela e colocou o vidro de cera na mesa, suas roupas já haviam chegado do alfaiate, então, não tinha com o que se preocupar
- Oui, Irmã, já chegaram - Ele então, suspirou - E, meus "Trapos" da França são minhas roupas que usei em todas as missas que eu foram celebradas por minha pessoa - Ele estava visivelmente irritado, mas não demonstrava isso com a voz, continuando calma e firme.

- Aliás, Luis, tem um Jovem muito bonitinho lá embaixo te procurando - Maria se manifestou com um gritinho, Madalena com o susto devolveu com um tapa na testa da irmã.

- Sabe como ele se chama? E além disso, é LOU-is - Louis se levantou e bateu na batina tirando a poeira.

- Deve ser aquele seu amigo de voz doce e que cheira a Melaço - Alphonse disse com a mão o rosto

- Eu não te criei para isso, Alphonse - Louis retrucou com um tom desapontado, dando passos em direção a escada pra descer da torrenon

- Eu espero que non seja ninguém que tenha tentando me matar dias atrás... - Louis disse em uma estremecida.

Ao chegar na porta de entrada da Catedral, o padre ficou surpreso ao ver Ace parado em frente esperando.

- Ace...? - Perguntou confuso o Clérigo, ao ouvir seu nome, Ace olhou para Louis como um gato assustado

- Ah, Louis, era com você mesmo que eu queria falar - Ace disse indo mais perto e estendendo a mão para um cumprimento, que Louis retribuiu ainda confuso - Gostaria de saber se tem algo com que eu possa ser de utilidade na organização desse casamento, já que, é de uma amiga de meu Pai - Ace disse a palavra "Pai" com certa raiva.

- Quem é seu pai, afinal? - Louis perguntou curiosamente, a expressão calma e serena do jovem Ace se tornou perplexa e irritada ao mesmo tempo, como se uma faca tivesse o atingido

- Isso não é importante nesse momento - Ace respondeu com a voz grossa e irritada.

- Me desculpe se toquei em um assunto delicado... - Louis se sentiu desconfortável com a resposta do companheiro de guerra.

- Já é passado, não se preocupe 

- Mas, vou lá em cima pegar o que eu tenho que dar pra você fazer como auxílio - Louis sorriu e foi subindo as escadas da torre

Ace se sentou em um banco da Igreja esperando o retorno de Louis, se sentia incomodado com as estátuas de anjos e santos olhando para ele como se julgassem a alma do pobre inglês amante do chá 

- Ciao, ragazzo - O garoto ouve uma voz grossa atrás de si, se assustando ao ver certo italiano na janela da Igreja.

- C...como fez... - Ace estava assustado e admirado ao mesmo tempo, não conseguiu terminar a frase, o homem á sua frente já estava se aproximando, com uma mão estendida.

- Não precisa ficar assustado, it's-a-me Victor! - Exclamou sorrindo, como se não desse conta de que havia sido o perseguidor do mais novo, assustado, Ace devolveu o comprimento, que foi aceito calorosamente.- Mas me diga ragazzo, o que faz nessa Casa de Corrupção?- Olhou em volta desgostoso.

- Por que está fazendo isso? - Perguntou Ace, desconfiado. Victor o olhou nos olhos, aquilo fez o menino estremecer.

- Ora... - Ele passou a mão na nuca. - Pense nisso como um pedido de desculpas, eu devo ter assustado tu. - Os olhos negros do menor o analisavam friamente.

- Bom, isso é de fato, verdade. - Respondeu depois de alguns minutos. - Você me assustou, muito.

- Oh, perdonami (me perdoe) - Em nenhum momento, os olhos castanhos do outro tinham  parado de encarar o garoto. - Mas, então? Podemos ser... - Suspiro - Amigos?

Ace riu, verdadeiramente. - Claro, Victor. - Voltou á olha-lo. - Eu sou Ace, Ace Cornwell - Se apresentou batendo o punho fechado no peito, como fazia nas brincadeiras que tinha com sua irmã, quando crianças, Victor sorriu, apesar de já saber disso.

- Nossa amizade será interessante, signor - Victor sorriu misterioso, mas parou no momento que ouviu os passos pesados de Louis. - Tenho que ir, ragazzo - Disse enquanto caminhava para a janela. - Nos vemos por aí - O maior o olhou pelos ombros, com um pequeno sorriso.

- Tenho certeza que sim, my friend - Acrescentou, mas Victor já havia sumido.

- Ace! - Gritou o francês, fazendo o menino pular de susto.- Venha, preciso que me ajude á carregar algumas caixas. - O americano assentiu, se virando para descer as escadas.

Louis estava a descer os primeiros degraus quando pisou na barra da batina, caindo de frente, rápido ele agarrou o corrimão e jogou o corpo pra fora da escadaria ficando pendurado a uma altura de mais de 20 metros

- EU VOU CAIR! - Louis gritando debatendo as pernas, Ace se levantou e correu até ele para tentar ajudar, mas era tarde, o padre soltou do corrimão e caiu.

Madalena passava por baixo na hora, Ace gritou tentando avisar ela, mas Louis foi mais rápido na queda, caindo em cima da freira com tudo.

Desesperado, o menino desce as escadas rapidamente, mas ainda elegante, chutando o companheiro de cima da pobre mulher, este, soltou um grunhido feito um porco ao ser chutado, seria cômico se ele não tivesse quase matado Madalena.

- A senhora está bem? - Perguntou preocupado enquanto a ajudava á se levantar.

- Sim, estou - Respondeu a freira entre grunhidos mal humorados, ela levantou seus olhos azuis mortos para Ace, passando á encara-lo - Obrigado, meu jovem - O mais novo sorriu.

- Espero que perdoe esse troglodita, acabou tropeçando nas próprias roupas e caindo da escadaria - Ace olhava Louis, que já se levantava com uma expressão dolorosa, o menino se segurava para não rir.

- Sim, eu o perdoo - Ela disse, olhando o padre - Com licença - Ela ajeita suas roupas, se dirigindo á outro local da Catedral.

Ace a seguiu com o olhar enquanto a senhora caminhava lentamente e um pouco envergada para outro cômodo, um resmungo tirou a concentração do jovem, fazendo-o voltar o olhar para Louis.

- Merci por me ajudar, meu caro amigo - O garoto riu divertido, fazendo os olhos do padre se arregalarem, afinal, ele nunca tinha visto Ace rir. - Quoi? - Confuso.

- Perdão, mas a sua queda foi muito engraçada. - Ele botou a mão na boca, afim de abafar o riso, o que não deu muito efeito, dando que o menino não parava de rir, o que deixou o francês mais mal humorado ainda.

- Vamos logo, temos trabalho á fazer - Resmungou Louis, andando igual um caranguejo enquanto resmungava feito um velho, Ace o seguiu, aos poucos controlando o seu riso.


[26 de Abril de 1775]

Montado em Bucéfalo, Ace ia a trote para a mansão que aconteceria o Baile, era dentro de um bosque e ele seguia às escuras em uma estrada de pedras entre as árvores. Estava vestindo a roupa feita pelo Alfaiate, os cabelos presos com uma trança fina de cada lado da cabeça que desciam até a fita de cetim azul-Marinho, no bolso da casaca a máscara.
- Nain! Nain! Nain! - Gritos de uma mulher vinha por trás de Ace que ao se virar, viu um cavalo enorme vindo embestiado sem controle com uma mulher vestida com roupas de baile quicando sobre a sela frouxa.
- Lady! - Ace gritou parando Bucéfalo na tentativa de chamar a atenção do outro animal, que passou correndo bufando por eles com a mulher gritando em Alemão sobre as tentativas de controla-lo, logo, ambos sumindo pela rua deserta da floresta.

- Pobre mulher, espero que não se machuque - Ace disse para si mesmo retomando o passo com seu cavalo - Aquele cavalo não é elegante e obediente como você, não é, Bucéfalo? - O garoto deu tapinhas leves no pescoço do cavalo, que respondeu num relincho baixo seguido de uma bufada.

O som de música rompeu o cantar assombroso das Corujas e os barulhos irritantes dos morcegos, logo Ace se viu enfrente a uma mansão enorme de madeira, várias carruagens e cavalos parados em frente da porta, onde um porteiro recebia a massa de convidados vestidos impecáveis com seus vestidos e casacas de algodão e máscaras elegantes que escondiam o verdadeiro rosto.

O jovem levou seu cavalo ate um toco se madeira, onde desmontou e amarrou a corda dos freios.
- Stay here... - Ace ordenou o animal que respondeu com um balançar de cabeça sacudindo a crina negra espessa, fazendo o jovem sorrir, a mão de Ace foi até o bolso onde pegou sua máscara e posicionou em seu rosto dando por trás, na nuca, um laço, estava perfeito para continuar, ele subiu as escadas rápido passando por mulheres vestindo perucas estranhas e homens com cabelos cheios de cachos falsos, alguns elegantes e outros ridicularmente hilários.

- Convite e nome, senhor. -Pediu o porteiro, um homem baixinho e gorducho com uma casaca vermelha e enchimento de panturrilhas, nas mãos vários convites e uma caderneta de couro com uma caneta anotando os nomes presentes.

- Ace Cornwell - Ace o respondeu entregando o convite, o homem olhou os lados do convite verificando e anotou o nome de Ace, que olhando de canto no caderno estava escrito "Asse Corpobel" , bom, melhor que "Ás Cornobell" de qualquer forma...

O garoto seguiu caminho ao ver o sinal que o porteiro deu para que prosseguisse.
Ao entrar, ficou maravilhado, as milhares de pessoas dançando e comendo sobre o piso brilhante de madeira e mármore branco, em um canto uma mesa extremamente enfeitada com a Noiva, Noivo e a família de ambos, do outro, um altar com uma mesa pequena onde, ao ver melhor, Ace viu Louis batendo a mão na mesa e gritando alguma coisa em francês, parecia irritado com outro garoto, pequeno e de cabelos mel presos que estava ouvindo tudo, ao lado dos dois a freira do dia de antes, Madalena, com outra menor que dormia com a cabeça sobre a mesa.

- Aquele idiota deve estar completamente bêbado... - Ace reclamou pegando de um garçom um copo de Whisky com limão, ele bebeu e sentiu seu interior esquentar, uma sensação ótima.
Com Passos cuidados para não pisar em nenhuma barra de vestido ou na ponta do le de algum senhor, Ace foi até o centro do salão de dança.

- Você está parecendo um Palhaço com essa máscara - Uma voz grossa e firme veio por trás  de Ace, qhe se arrepiou e viu, Louis com a taça de vinho na mão, os cabelos cacheados estavam mais domados, mas tinha algo de estranho na face do Clérigo...
Ele estava sem seus óculos. 
Os olhos azuis que ficavam aparentes pelas lentes estavam murchos e quase fechados, como um asiático que Ace vira quando pequeno, duas olheiras fundas que se escondiam na armação, parecia uma senhora de 70 anos num corpo de um lutador de luta-livre britânica.

- Louis... Onde estão seus... Óculos? - Ace perguntou, o padré se virou para uma estátua de pedra.
-Eu perdi eles no caminho do Altar para você, será que poderia me ajudar a achá-los? -Louis pediu, mas o que fazia Ave sentir vontade rir era o fato de o companheiro estar tão cego que ele falava em direção a estátua como se fosse o próprio Ace.

-Ahn... Sim, posso ajudar, mas, eu estou aqui... - Disse o garoto cutucando o ombro de Louis que se virou e sorriu amarelo, Ace riu e vou de relance sobre a cabeça de Louis os Óculos, ele devia ter os levantado sobre a cabeça e esquecido.

- Aqui estão seus óculos- Ele abaixou a armação para o rosto de Louis, que voltou ao normal, Ace sorriu e Louis perdeu a expressão com a boca aberta como se pensasse em algo distante.
-Nossa... Mas, Merci, mon'ami - Louis riu e agradeceu, até ele olhar para uma mulher ao lado dele, cabelos castanhos curtos lisos, chapéu Côco azul com uma flor, máscara branc que cobria apenas a linha dos olhos e um vestido simples azul claro com mangas.

- Admirando as belas damas? - Ace perguntou com um sorriso malicioso, mas, Louis ja estava conversando com a moça; era um homem rápido.

E quanto o padre falava com a mulher, Ace bebeu seu copo e colocou sobre a bandeja de um garçom, em frente um Louis triste vinha.

-Ela não quis dançar comigo, por que não tenta convidar ela? - o Padre perguntou triste, Ace sorriu de canto e foi em direção a moça, que ao perceber ele, sorriu, era a mulher que estava sobre o cavalo descontrolado, estava intacta e parecia bem...

- Aceitaria dançar comigo, my Angel? - Galante, ele pegou a mão da mulher delicadamente e beijou as costas da mesma, o cheiro forte de álcool e cevada veio pelo nariz de Ace, cheiro de cerveja.

- Com todo prazer -Ela seguiu o passo de Ace e ambos saíram dançando lentamente pelo salão - Me chamo Isabel

- Ace

- Como aquele pirralho "chá com biscoito" consseguiu a mão dela para dançar? -Louis Disse entre dentes e numa explosão de raiva, lançou a taça de vinho contra o chão, que espatifou em mil pedaços e gotejas de vinho enquanto o padre ia para seu altar irritado e bufando coisas em francês.
- How rude... - Uma mulher próxima comentou sobre o ato do homem.

Ace e Isabel dançavam enquanto comentavam assustos irrelevantes, até o jovem ver alguém que ele sentia saudades. Sua irmã, Margaritha.

- Com licença, preciso falar com alguém-  Ele soltou os braços da cintura de Isabel e foi correndo para Margaritha, estava linda, a pele branca estava maquiada levemente, nada como as mulheres ricas que usavam pó de arroz e tinta, um vestido rosa bebê delicado com mangas de cetim e os cabelos ondulados presos em um rabo de cavalo.

Ela olhou sem intenção para Ace e abriu um sorriso
- Ace! - Ela disse sorrindo e ambos se abraçaram, Ace beijou a mão dela carinhosamente.

- Está sozinha, minha irmã? - Ele perguntou esperando que ela dissesse que Lucius nao estivesse, ele esperava um "Sim".

- Não-  Ela disse e o jovem teve seu sorriso perdido - Estou com meu parceiro, Arthur 
- Arthur? - Ave indagou

- Eu mesmo, Ace - Arthur disse ao lado do jovem, que não notara a presença do mesmo ali.
-Desde quando estão juntos? - Ace perguntou a irmã  tentando conter o nível da voz
-  Três semanas - Ela respondeu abraçando o braço de Arthur.

- Claro... - Ave grunhiu - Foi bom ver você, Mag, vou falar com Lilian, ela também esta aqui.- O garoto disse beijando a bochecha da Irmã e logo se infiltrando na multidão.

Ele estava irado com a União de um idiota cara de pau como Arthur com sua doce e pura irmã Margaritha.

- Serás confundido com um cavalo e irão te amarrar com os outros Pés de pano lá  fora - Uma mulher  se aproximou e Ace levantou o olhar, era Lilian, sorrindo cínica, extremamente maquiada,  cabelos impecáveis  e um vestido vermelho decotado caríssimo, ao lado sua dama de companhia, uma mulher robusta, morena de cabelos pretos cacheados quase crespos, vestindo amarelo, o decote do vestido chamava a atenção para seus seios grandes.

- Olá para você  também, Lilian -Ele acenou - Quem é a garota?

- Andrea, minha dama de companhia -Andrea sorriu e abaixou a cabeça fazendo uma reverência.
- Eres mui gentil senhor - Ela disse entre espanhol e ingles, uma imigrante espanhola.

- Ela ainda não sabe todas as palavras em inglês, mas estou a ensinando - Lilian disse com um ar de orgulho.

- Sim... Sim... Foi um prazer Andrea - Ace disse indo para o jardim sem notar os movimentos do corpo, estava um pouco(vulgo, muito) bêbado.

O garoto passava pelo caminho de pedras enquanto olhava para as mudas de rosas perfeitamente podadas, distraído, não havia percebido que tinha pequenos grupos de pessoas ali, e acabou trombando num menino baixinho de cabelos extremamente cacheados escondidos por uma cartola, suas vestes eram caras e bem costuradas, um nobre?

- Meu bolo! - Exclamou o menor, se ajoelhando dramaticamente na frente do bolo espatifado no chão.

-Oh, me perdoe - Ace disse com a voz meio arrastada pela bebida, seu rosto corado. O garotinho parecia fazer uma reza pelo alimento no chão, não tardou á uma mulher alta e esbelta, de cabelos platinadas num belo vestido azul chegar e levar o garoto consigo.

- Vamos Nath, tem mais bolo lá dentro - Ela havia o pegado no colo com uma voz doce, se dirigindo para dentro da mansão.

- Aquela senhorita tem uma força tremenda - Observou uma voz familiar, o garoto se virar para ver quem era.

- Saudações Peter! - Gritou o garoto, feliz em ver o francês, este estava sentado em um banco, lendo um livro. Seu traje verde-água com detalhes prata estava ajustado perfeitamente no corpo invejado do rapaz, estava com suas típicas luvas brancas, e trajava pequenos óculos, provavelmente para ajudar na leitura, Peter levantou o olhar, sorrindo ao ver Ace.

- Mon Dieu - Os olhos azuis cintilantes percorriam o corpo do garoto, admirados.- Estás muito belo, chérie - Ele fecha o livro e dá tapinhas no lugar vazio ao seu lado, antes de se sentar ao lado do francês, Ace pega uma taça de champanhe de um garçom que servia por ali, e então se adiantou para se sentar do lado do mais velho. - Não acha que bebeu em demasiado mon amour? - Peter sussurrou com ternura, sorrindo. O garoto riu, tomando tudo de uma vez.

- Claro que não, estou extremamente sóbrio! - Sorria, soluçando. O francês ergueu uma sobrancelha em descaso.

- Oui, eu vejo - Disse com um tom sarcástico, a expressão de Ace se tornou birrenta, o que fez os olhos de Peter brilharem em malícia, com uma mão ele acariciou o rosto do jovem, seguindo para o pescoço. - As vezes imagino uma corda nesse seu lindo pescoço - Sua voz era rouca, mesmo bêbado, aquilo fez o americano se arrepiar. - O que você está fazendo comigo? - O francês murmurou consigo mesmo, seus olhos rapidamente nublaram.

- Peter...? Está me machucando - Ace gemeu de dor, o barulho chamou a atenção do de cabelos claros, que rapidamente tirou a mão do pescoço, agora, avermelhado do menino.

- Pardon! - Se desculpou exasperado, meio sem jeito, Peter se levanta rapidamente pegando seu livro. - Com licença, mon amour - Sem falar mais nada, o rapaz some para as profundezas do jardim, deixando um Ace confuso e nada sóbrio sozinho no banco.

O jovem bufou irritado, se levantou do banco tonto e cruzou os braços soluçando.

- Esse Pe... - Soluço - Ter! - Exclamou franzindo as sobrancelhas, meio cambaleante, Ace foi em qualquer direção do jardim, quase tropeçando nos próprios pés. O garoto ouviu um xingamento em italiano, a voz estava arrastada como a sua, curioso, Ace caminhou em direção á voz.

- Cazzo! - Xingou Victor, já sem a máscara, os cabelos penteados para trás, o homem trajava um roupa negra elegante, mesmo que sem o cravat, na qual ele próprio deve ter arrancado. Ele estava perfeitamente equilibrado no muro que separava o jardim da mansão do bosque, com uma garrafa de vinho na mão esquerda.

- Hello, dear friend - Ace se apoiou em uma árvore rindo.

- Amico mio! - O italiano pula do muro, mesmo que visivelmente bêbado, ele cai perfeitamente. - Estás mui bello ragazzo! - Exclamou, abrindo os braços para um abraço, que foi devolvido calorosamente por Ace, que ria feito uma criança.

Victor separa o abraço se sentando na grama, dando mais um gole na bebida, o garoto faz o mesmo, sorrindo.

- O que faz aqui, Victor? - Perguntou com um brilho divertido nos olhos.

- Ora essa! Fui convidado por uma signorina, mas perdi ela de vista - Ele estende a garrafa - Tome, esse vinho está... - Ele procurava palavras, mas estava tão bêbado que não conseguia raciocinar direito.

- Perfect? - Sugeriu Ace, pegando a garrafa e a virando.

- Esatto! - Ele riu. - Não beba tudo ragazzo, quero mais um pouco - Resmungou, passando a mão nos cabelos.

- Ah - A sensação era ótima, provocante, o menino estende o mão com a garrafa para o alto - Venha pegar então - Impaciente, ele tira a máscara com a mão livre, Victor o encarava, sorrindo interessado ele pula em cima de Ace, segurando os braços do menor contra o chão com força, se encaixando entre as pernas do rapaz para que ficasse mais fácil, fazendo-o arfar. Aproveitando que havia se distraído, Victor tira a garrafa de sua pose bebendo o resto do líquido.

- Peguei - Replicou, olhando diretamente nos olhos do garoto, se levantando.

- É, parece que sim - Riu - Mas não foi justo! Me distraíste - Ace se sentou se apoiando na copa da árvore novamente.

- Ah, mas o signor nunca disse que haviam regras -

- Oh, deveras sagaz sir Victor - O garoto faz uma expressão de falsa surpresa, ele se levanta com certa dificuldade.

Mesmo bêbado, o italiano escala e pula o muro do jardim com agilidade, se equilibrando no mesmo em seguida.

- Aonde vais? - Perguntou o garoto alterado, recebendo um sorriso travesso do maior.

- Queres um pouco de emoção para ti, ragazzo? - Ele abaixou o olhar para Ace - Venha comigo então - Sorriu, indicando para o outro pular o muro.

- Eu não sei se vou conse... - Antes mesmo que pudesse terminar a frase é puxado por Victor, fazendo ambos quase caírem do muro - Dear God! - Exclamou se agarrando no maior como um gato assustado.

- Ace, amico mio - Grunhiu - Podes me soltar agora... - Ao perceber o que está fazendo, Ace rapidamente o soltou.

- Perdão - Se desculpou e riu loucamente em seguida.

- Perdoado - Sorriu, pulando do muro, porém o menino apenas ficou parado, olhando-o - Quer que eu lhe pegue pela cintura? -  Questionou debochado, franzindo as sobrancelhas ele pula atrás do amigo - Será que a donzela se machucou ..? - Riu e levando um soco de leve no ombro por parte de Ace.

- Como eu poderia me machucar com tamanha bravura do cavaleiro andante que me acode? - Ele entrou na brincadeira, dramático, fazendo o outro rir mais.

- Vamos então á procura de aventuras, oh doce donzela - O italiano aumentou o passo quase que se camuflando na estrada escura, sorrindo divertido, Ace o segue.

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Depois de ter botado os pensamentos em ordem, Peter volta ao jardim para procurar o americano, guardando o pequeno livro que trazia consigo em um de seus bolsos.

- Ace? Mon petit? - Chamou, elevando um pouco a voz melodiosa, enquanto procurava o garoto. - Mas... Ele non estava lá dentro... - Apoiando uma mão no rosto ele suspirou, tentando se acalmar.

Depois de ter que botar seus pensamentos em ordem novamente, foi vasculhar mais os arredores, afinal, não deve ter ido muito longe, não é?

Quando caminhava para perto dos muros mais para o final do jardim, abaixo da sombra de uma árvore ele pode reconhecer a máscara de Ace, ele se abaixou para pega-la.

- Mon Dieu - Murmurou para si mesmo - Aonde esse garoto foi? - Se levantando, ele olha ao redor com os olhos azuis opacos - ... - Num longo suspiro, ele acaricia a máscara com uma expressão um tanto duvidosa.



Continua


P.S.: ALOOOOO! Finalmente um capítulo novo, não é mesmo?
KK, EU NÃO FALAR MAIS É NADA!
(graice, tu percebeu a referência né?)
Por enquanto é só isso galeris, flw e até a próxima!























Comentários

  1. Vitinho e suas vitices... eh tão misterioso e perigoso, mas ao mesmo tempo parece ser getil em algumas vezes...

    SANTO DEUS LOUIS! IMAGINA SE A TIA MADALENA NUM TIVESSE LÁ?! Ia virar purê de padre.

    E oq dizer sobre essa ilustre aparição de Rosalya Diamante e Nathaniel ein ? kkkkkk amei, to achando pouco viu, quero mais!

    O Ace ta BEBO LOKO, O ACE TA BEBO LOKO, TAH BEBO, TAH LOKOOOOO (Só consegui imaginar essa música)

    Hojeee no caso de casais da idade média... Britânico trái seu ficante francês com um ''amigo'' italiano!

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    1. Sim, sim, acertou em cheio ;-)
      SOCORRO! PURÊ DE PADRE! VOU USAR ISSO PRA MINHA VIDA XDDDD
      (Hehe verei as outras oportunidades)
      Sim, ele tava doidão, mais loko que o batman
      Misericórdia, que treta maligna

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  2. Pior parte para ler esse capítulo eh que não consegui ler o anterior, então não faço ideia de onde veio esse Alfaiate e o baile de máscaras AKSKKAKSKAKS

    Le Ninja Victor AHUSHAUHSUS
    Alguém tem que presentear esse moleque com uma katana -u-

    Ave tah bem bebum KAKAKAKAKKAK

    AGORA ENTENDI A HISTÓRIA DO BOLO QUE SEIS TAVAM FALANDO AKKAKAKAKAKQKKAJAJA

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    1. Oxi moça! Então vai ler pra tu entender né! xDD
      Victor: Grazie
      Imagina uma katana nas mãos dessa miséria, qUE MEDO!

      (bebum é pouco, o cara já tá doidão mesmo)

      hehe

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    2. Não dá pra mim ler, não aparece a postagem pra mim ;-;

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    3. Depois eu mando o link pra tu ent ;)

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