Lillium e a Virada da Ampulheta - Capítulo 6: A verdade
Lillium e a Virada da
Ampulheta – Capítulo 6: A verdade
Em campos afastados das muralhas de Epipléon, nos extremos
montanhosos do mundo mortal, um capri sonolento descansava sem meio a relva
alta, seus pelos arroxeados movimentando-se preguiçosamente junto a brisa
estranhamente calma do local. Capricórnio estava em meio um breve descanso após
o almoço para voltar a trabalhar em seus projetos logo depois, era uma rotina
que ele seguia com exatidão.
O deus da décima constelação mexeu as orelhas, passos dotados
de pouca delicadeza se aproximavam. Sua expressão calma esvaiu-se e ele franziu
o focinho rabugento, mais uma vez interrompido em seus poucos momentos de paz.
- Para que veio me importunar agora Garfield? – Resmungou sem
abrir os olhos, sabia bem de quem eram aqueles passos.
- Também estou contentíssimo de te ver – Um catus imenso
respondeu e logo riu bem-humorado, Leão sentou-se ao lado do amigo de longa
data pesadamente, dizem que os catus tem o dom de andar de forma silenciosa,
entretanto, ele era uma exceção e fazia questão disso.
- Ia falar que ela o botou para dormir no sofá, mas julgando
pelo seu bom humor vejo que não é o caso – Capricórnio finalmente abre os
olhos, visto que seu descanso estava arruinado se sentou, olhando para baixo
das montanhas. Tudo ao redor estava morto ou coberto de neve, a relva das
montanhas era uma das poucas vegetações que ainda não tinha sido massacrada
pelo frio ríspido daqueles tempos sem o Sol.
- Claro que não, muito pelo contrário – Leão sorriu
radiante, o símbolo dourado brilhando em seu peito – Não que isso tenha
acontecido alguma vez – Completou sussurrando entre resmungos, o capri soltou
uma risada seca e ajeitou os pequenos óculos que teimavam em escorregar.
- Sei, sei – Por um momento, tudo ficou em silêncio – E aquele
seu teatro na reunião? – Leão bocejou demoradamente, como um gato preguiçoso
depois de comer uma porção de ração.
- Então você percebeu – Capricórnio ergueu uma sobrancelha,
claro que ele havia percebido – Eu e a morceguinha combinamos aquilo, todos
sabem que o Tempo confia em mim – Podia-se notar a confiança exacerbada nas
palavras do catus.
- Se você diz, mas lembre-se de tomar cuidado com aquela
cobra peçonhenta – Leão riu da expressão deformada de nojo que apareceu no
rosto do amigo e lhe deu dois leves tapas nas costas que quase o fizeram botar
os bofes para fora.
- Ora parece até que não me conhece, passei muitos séculos
trabalhando com ele e o Sol, sei como a criatura age – Seu tom aos poucos ficou
mais grave, provavelmente se lembrando das horríveis crises do deus e suas
brigas calorosas com Sol.
- O que me impressiona é o traste não ter descoberto quem é
sua morceguinha ainda – O deus da quinta constelação o
olhou franzindo as sobrancelhas, não gostava dos outros usando o apelido que
ele havia dado a esposa, Capricórnio ergueu as mãos em misericórdia.
- E espero que continue assim – Os olhos turquesas do catus
se voltou para a vista apocalíptica do mundo mortal.
Aquarius zanzava pela sala de sua casa, seus pés levemente
congelados em nervosismo, um pequeno robô de forma cônica limpava
freneticamente os cacos gelados que as botas do deus deixavam para trás. Um
holograma azul de uma tela surge acima da mesa branca acoplada ao chão, dando
um pequeno susto no homem de pele azul.
- Porra isso aqui é muito alto – Era Áries quem aparecia na
tela, o pequeno dava pulos para alcançar a câmera que pairavam acima das
portas, seria cômico se não fosse trágico. Logo atrás dele estava Virgem com
sua típica expressão enojada, Aquarius logo notou que segurava uma caixa, a
bussola só poderia estar ali dentro.
- Se você tivesse deixado eu ficar na frente já teríamos
entrado há muito tempo – Reclamava a Vida, revirando os olhos até o fundo de
sua essência divina, Áries resmungou e cruzou os braços, batendo o casco impacientemente.
O homem do gelo balançou a cabeça negativamente levemente
divertido, a deu o comando para que se abrisse as portas.
- Ah finalmente, quase apodreci lá fora com essa demora – A voz
alta da Guerra se aproximava com passos audíveis até demais para o gosto do
anfitrião.
- Que exagero – Rebatia Virgem resmungona – E pise mais
pesado, quem sabe amassa o chão – E a discussão continuou com o deus da guerra
remendando as falas da paudha, logo dando de cara com um Aquarius cara de taxo
diante daquela briga infantil.
- Trouxemos a bussola – A voz de Escorpião se manifestou enquanto
a mesma se materializava na frente dos dois colegas, trajava vestes mais
simples, ao invés da conhecida armadura cortante se vestia com o famigerado
capuz negro que se estendia até os pés como um vestido.
- Perfeito – Iriha se aproximou dos outros deuses, pegando
com ansiedade a caixa – Agora vamos ver se funciona – Conclui se pondo de
joelhos em frente à mesa, tirando o objeto esférico e o abrindo com urgência. Os
três deuses se inclinaram, receosos.
No mesmo momento que foi aberta, a bussola liberou uma
rajada de luminosidade intensa, que parou rapidamente assim como começou.
Aquarius, que estava com os cabelos lisos e puramente brancos puxados para trás
por conta da pequena explosão que veio com a rajada, encarava o vidro azulado,
onde estrelas rodopiaram até formar uma seta finíssima e rica em detalhes. Ele
estava maravilhado, finalmente eles iriam terminar essa bagunça.
- Impressionante – Murmurou a Morte, olhando com atenção os
detalhes. Virgem estava com os braços abertos em T, como uma planta fazendo
fotossíntese enquanto Aries estava abatido no chão, como um mecanismo de defesa
contra predadores.
Aquarius os fitou e esboçou o maior sorriso que eles já
tinham visto ele fazer.
- Finalmente vamos terminar isso –
Gael se dirigia rapidamente ao templo de seu pai, passava as
mãos freneticamente pelos seus cabelos encaracolados. Ele queria ter certeza do
que havia visto, ainda mais depois da conversa que teve com os magos e sua meia
irmã.
- Parece desconcertado irmão – O deus da bondade parou subitamente,
olhando em direção a voz grossa e eloquente de Hosia que tanto repudiava desde
alguns séculos atrás.
Gael respirou fundo e virou-se para seu irmão oposto. Hosia
tinha exatamente seu tamanho, entretanto sua pele era de um vermelho profundo,
seus cabelos ondulados eram negros como o fundo de um abismo e seus olhos eram
dourados carregados de um brilho cruel. O deus da maldade delineou um fino
sorriso, seu rosto era ridiculamente semelhante ao do pai.
- Claro que estou, toda a situação com o nosso pai me deixa
preocupado – A voz do de pele rósea era carregada de honesta aflição, a condição de Tempo piorava a cada dia que
se passava.
Hosia se levantou indo até o irmão como uma cobra
peçonhenta, suas vestes negras arrastavam no chão, contrastando com as joias e
ombreiras de ouro que trajava. O corpo do outro deus ficou rígido de tensão, os
seus olhos mudaram do roxo para vermelho. Raiva.
- Entendo – Seu sorriso se alargou, era de seu deleite
deixar alguém tão amável como Gael
cheio de ódio – Ravi mandou um abraço – Completou com a alfinetada,
deleitando-se ainda mais com os olhos vermelhos tornando-se um azul cinzento e
profundo.
- Mande um para ele também – Respondeu passando a mão pelo
rosto cheio de sardas prateadas, o deus da maldade assentiu e com um aceno com a
mão fina ele desaparece, provavelmente voltando para o submundo.
O rapaz suspirou, Hosia com certeza iria falar para o Tempo
o que viu, deveria ter sido mais cuidadoso.
Não era o momento para se lamentar agora, com determinação
ele seguiu pelos corredores escuros, os relógios faziam um tique doentio e a
areia das ampulhetas parecia escorrer mais rápido, o ar estava mais pesado a
cada dia naquele lugar. As constelações que flutuavam próximas ao teto pareciam
observar Gael, o seguindo durante o trajeto.
O deus chegou rapidamente a seu destino, fitando a imensa
porta ornamentada com todas aquelas engrenagens de relógio e a gigantesca
ampulheta situada em seu meio que tanto conhecia. Quando ele se aproximou as
engrenagens começaram a se mexer e a porta logo se abriu, naquele barulho
guincho horrível que Gael nunca se acostumaria.
Passado o estardalhaço medonho que a porta fazia ao se
abrir, ele rapidamente adentrou os aposentos de seu pai, não poderia perder
oportunidades raras como aquela em que Tempo estava fora de seu templo.
Olhou ao redor e foi correndo diretamente para o canto que
se mantinha o espelho, e, com urgência ele puxou o manto preto de cima do
objeto.
As cores de suas írises mudaram para laranja em surpresa
enquanto analisava a figura feminina coberta por aquela estranha camada de ouro.
Uma voz familiar ricocheteava loucamente em sua cabeça, os olhos de Gael se
arregalaram ainda mais e sua expressão de surpresa foi para choque e horror.
Aquela... Era a Magia.
- Vovó?! –
Continua
P.S.: :OOO Revelações - Fluffy
P.S: Gael Best Boy glr, e cuidado com Gruti T Pose - Loida
A natureza fica realmente bem diferente quando não tem o sol.. Aliás!
ResponderExcluirSe o Sol sumiu, quer dizer que eles vivem numa eterna noite??
Pera... Quem é a morceguinha? Tcho dar uma olhada no capítulo da reunião...
HMMMM... Eu chuto que é a Taurus.
A Gruti produz fotossíntese de verdade? akska
Muita tensão! Me pergunto o que aconteceu com a Magia e como isso vai se resolver.
"Gruti T Pose não existe, ela não pode te machucar"
-Gruti T Pose te olhando pela janela.
~~AO AGUARDO!
O Sol dormiu, então a luz dele se torna mais fraca a cada ano, como já se passou MUITOS anos, é escuro e a noite vai prevalecer.
ExcluirNÃO, misericórdia, credo. Dá uma olhada no capítulo anterior <:)
Planta né LKKKKKKKKK
Olha a trasada aqui 👀
ResponderExcluirGarfield auhsushsush
Olha só Leonardo ator da Globo, aqui teu troféu meu amigo *Entrega Oscar*
Izi Morceguinha uwu
Mah tadinho do nanico do Áries, faz um banquinho pra ele subir
Ah não acredito o fdp do Tempo tem uma versão miniatura agora :/
👁️👁️ olha nois aq dnv
ExcluirViado, vejo zero diferenças viu
Não bajula não q ele fica insuportável
Hihi sei de nd oh 👀
Filhote dele né, pelo menos um tinha q ser escrotao