Lillium e a Virada da Ampulheta - Capítulo 8: O Profeta


Em meio a densa vegetação litorânea de Paeonia, uma pequena colônia pesqueira composta principalmente por humanos situada nos arquipélagos próximos da ilha Selena, duas meninas que não passavam dos 13 anos brincavam nos galhos grossos de uma amendoeira anciã, que curiosamente se manteve viva mesmo com a ausência absurda do Sol.

- Pelos deuses Oxana, tenha mais cuidado! - Gritou a menor, de pele que antes fora bronzeada agora desbotada, arregalava seus olhos grandes e castanhos preocupada com a irmã, duas pequenas pintinhas se localizavam abaixa de seu olho direito, dando uma aparência mais angelical ao rosto arredondado da pequena. 

Oxana riu e pulou para um galho mais alto como um pequeno primata. Sua pele era pálida e suas bochechas eram de um vermelho intenso, maltratadas pelo frio vigoroso que aumentava a cada dia, diferente de sua irmã, o rosto de Oxana era mais longo. Apesar disso dividiam a mesma características de olhos grandes, como duas pequenas corujas.

- Você é muito neurótica Axel - Concluiu enquanto jogava seus cabelos lisos e escuros para trás - Viu só? Não caí - Continuou enquanto botava as mãos finas na cintura, fazendo uma pequena dança.

Axel inflou as bochechas irritada, amarrou seus cabelos ondulados e de uma coloração castanha e se preparou para pular.

- Nem adianta ameaçar ratinha - Oxana debochou enquanto cruzava os braços afilados. A ira da menor apenas aumentou quando ouviu o apelido, e, levando o mesmo tempo de um farfalhar de folhas, Axel pulou.

Ao ver que a ameaça de sua irmã era séria, a maior deu um grito que mais parecia um urro de um troll e sem pensar duas vezes pulou junto para agarrar sua irmã. 

Infelizmente, a amendoeira era imensa e portanto, muito alta, enquanto caiam as irmãs rapidamente conseguiram juntar as mãos.

- Deuses do céu Berg! A gente vai morrer! - Oxana exclamava enquanto esperniava como um porco magro diante da sentença de morte, muito provavelmente, súbita. Axel por sua vez estava com o rosto totalmente vermelho engolido pelo choro, ela havia imaginado que conseguiria agarrar o galho em que sua irmã se encontrava. 

A menor olhou para baixo, estavam a poucos metros de encontrarem o chão, fechou os olhos com força e agarrou sua irmã, preparada para aceitar seu destino. 

Mas ele nunca veio, Axel sentiu um aperto ao redor de seu tronco, era muito gelado e com certeza não era sua irmã. Quando ela abriu os olhos se deparou com o rosto de um homem, seus cabelos puramente brancos e longos caiam pelo rosto de pele relativamente escura, seu rosto era bem desenhado e possuía os lábios cheios, entretanto tinha um visor de azul ciano vívido no rosto, a garota se perguntou se eram aqueles os que chamavam de ceifeiros.

- Tire a mão da minha cara - Axel deu um sobressalto, a voz que veio daquela figura era grossa, ríspida e fria. Aquele homem era quase como uma personificação do inverno.

- Caramba tio - Era a voz de Oxana, admirada com o salvador - Tu é mó altão né? Tipo um poste - Isso fez o de cabelos claros franzir levemente o cenho, e com a delicadeza de uma mula ele as soltou.

- SQUEAK - Foi o barulho emitido pela menor quando seu traseiro veio em encontro ao chão, sua irmã que estava caída ao seu lado de uma forma que parecia não natural deu uma risada audível.

- RATINHA! - Gritou exagerada apontando para irmã mais velha, que ficou com o rosto vermelho como uma pimenta do deserto. 

- Ora pare com isso! - Bracejou dando um grito fino, Axel se levantou e limpou a neve dura das roupas enquanto olhava o homem que as salvou timidamente. Ele realmente era muito alto, pelo menos para um humano, chegava aos dois metros fácil.

- Obrigada pela ajuda - Sussurrou enquanto ajudava a irmã a levantar. Ele apenas assentiu mecanicamente como um daqueles robôs da capital que vira pelas telas.

- Ouçam - Ambas se assustaram ao ouvirem a voz gélida se pronunciar subitamente - Vai parecer estranho o que eu tenho a falar agora, mas espero que entendam - Ele pegou um pequeno aparelho esférico que mantinha escondido em seus trajes pesados próprios para o frio - Mas precisam vir comigo - Completou com uma simplicidade absurda, Oxana automaticamente franziu suas feições enquanto esticava a boca como um bico de pato para perto da orelha de sua irmã.

- É um daqueles doidos, melhor a gente sair correndo - Axel assentiu tremendo de medo, mas antes que as garotas começassem a correr algo as chamou a atenção.

Uma densa fumaça negra se erguia aos céus escurecendo-o, a fumaça vinha da cidade, de Paeonia.

- Mamãe! - Exclamaram em uníssono e em seguida puseram-se para correr como dois pequenos mísseis, esquecendo completamente do homem suspeito que deixaram para trás.

A medida que as duas garotas se aproximavam da cidade, mais podiam ver como o fogo havia tomado a vegetação seca e fria, desviando de alguns galhos em chamas, elas logo chegaram a seu objetivo.

Ambas arregalaram os olhos, um lugar que uma vez fora tão simples e bonito, completamente destruído pelas chamas, a rua completamente coberta de cinzas e montes acumulados de pessoas inocentes que morreram. Algumas estavam completamente carbonizadas enquanto alguns corpos estavam apenas sujos, estes provavelmente foram mortos por causa da fumaça espessa.

Oxana piscou e agarrou o braço de sua irmã, correndo velozmente entre as ruelas destruídas em direção a humilde casa que compartilhavam com sua mãe e o sapo de estimação, Gavriiel.

Axel acompanhou a irmã, tomada pela adrelina e desespero, com medo que algo tenha acontecido com seus entes queridos. 

Ao chegarem se depararam com os escombros da casinha branca estilo litorânea, os alisares azuis das portas e janelas completamente negros e danificados. Oxana balançou a cabeça e logo começou a entrar pela porta, empurrando a madeira destruída com violência. Axel por outro lado estava em choque, aquilo não podia ser verdade, sua mãe e Gavriiel haviam sobrevivido. 

- Virgem Lua minha filha não entre aí! - Ao ouvir seu nome a maior olhou para a mãe com os olhos arregalados, e com a velocidade de uma doninha ágil ela correu para os braços de sua mãe, abraçando-a fortemente. Axel se recuperando do choque fez o mesmo, desabando mais uma vez em lágrimas. 

- E-eu pensei que... - A garota nem conseguia terminar, os soluços abafando suas palavras.

- Shh... Tudo bem - Enunciou sua genitora, dando um leve beijo na testa de suas filhas. 

- Mamãe onde está o Gavriiel? - Oxana perguntou fitando sua mãe com os olhos de coruja e o rosto catarrento. Desna sorriu, e tirando do bolso de sua saia grossa um pote com pequenos furos na tampa com o pobre anfíbio tremendo diante do horror que acabou de passar. As irmãs suspiraram aliviadas, tinham um carinho especial pelo sapo e entrariam em uma tristeza profunda se Gavriiel estivesse morto.

Axel voltou a olhar sua mãe, que parecia apenas uma versão mais velha de si mesma, com o rosto marcado pela idade e pelos desafios da vida. Sua beleza porém, se mantinha intacta.

- Mas como conseguiram fugir? - Indagou se aconchegando novamento no abraço da mãe.

- Uma moça veio nos ajudar, tenho quase certeza de que era uma feiticeira - Respondeu olhando ao redor - Na verdade ela estava conosco agora pouco - O rosto de Desna se contraiu em confusão, aquilo só confirmava mais a sua teoria. 

- Eu estou aqui - As três mulheres e o pequeno anfíbio Gavriiel se assustaram e olharam em direção a feiticeira, seus trajes elegantes eram completamente negros, combinando com a cor de seus cabelos lisos que se estendiam até final das costas dando um contraste com a pele clara. Seu rosto tinha uma expressão séria e ao mesmo tempo indiferente, era uma face exótica e lembrava levemente a feição de um elfo. Mas o que mais chamava atenção com certeza eram seus olhos, vermelhos vívidos, de uma cor intensa e profunda.

- Ah! Me desculpe senhorita... 

- Nehir - Ela olhava fixamente para Axel, examinando-a. 

- Nehir - Confirmou Desna, notando o olhar da feiticeira para sua filha - Seremos eternamente gratas pela sua ajuda - Continuou entregando o pote para Oxana - Tem algo que podemos fazer por você? - Nehir a fitou, mexia as orelhas suavemente pontudas enquanto pensava em uma resposta. 

- Na verdade sim - Os quatro olharam para a mulher - Preciso que venham comigo 

Continua 

P.s.: FINALMENTEEE 🙌🙌🙌 -Fluffy
P.s.: AI QUE DELICIAN CARAN - Loida





















Comentários

  1. DEUSES DO CÉU BERG KJKKKK
    Ta pegano fogo @-@
    Gente traz um copo de água com açúcar pro Gavriiel aí
    Ora ora que ironia a Nehir salvando a vida de alguém 👀

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    1. LKKKKKKKKKKKKK me acabei escrevendo esse capítulo
      Hihi S I M, Leonardo tacando fogo em tudo
      Gavriiel: *balengando as perninhas igual o sapo capturado pelo rijard*
      Nehir: <:}

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    2. KKKKKKKKKKK muito bom poha.
      TA PEGANDO FOGO BICHO
      Pobre Gavriiel
      O-O

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  2. Existe um deus chamado Berg? akska
    "Caramba tio" Mah que falta de respeito >:(

    É triste saber que realmente aconteceu o incêndio, estou até agora com raiva disso >n>
    Não vou perdoar a Bis de ter dito spoiler do capitulo, muito menos porque é da história de vocês.

    A rua cheia de cinzas me fez imaginar uma cena igual ao ocorrido em Pompeia, muito triste.

    Sapo de estimação chamado GAVRIIEL AKSKSKAK

    Nehir... TENHO MAIS INFORMAÇÃO PARA ANOTAR! Mas, na verdade, imagino que nesse capítulo eles estavam com uma aparência mais humana non?

    ~~AO AGUARDO!

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    1. BLEHEHHH
      ela eh mto bocuda
      AANGriness
      Eu também, uma cena catastrófica e deprimente.
      Gavriiel eh o sapo mestre
      👀👀👀👀

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    2. LKKKKKKKKKKKKK n, foi só referência ao meme
      Oxana eh bocuda dms essa menina
      ✋😔 Bis, q descanse em paz
      Algo por aí mesmo, talvez com mais destruição dando em conta q Pompeia tem muita coisa conservada
      Gavriiel o mestre do amanhã KSLSK
      Sim, BEM mais humanos 👀

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