Lillium e a Virada da Ampulheta: Capítulo 7 - A Busca
Lillium e a Virada da Ampulheta – A Busca
Fim de uma tarde, a luz alaranjada do Sol adentrava nas
águas calmas e límpidas da fonte central do Jardim da Magia, uma aura agradável
pairava sobre o lugar em conjunto ao som do farfalhar das folhas das ameixeiras
ao vento e o aroma fresco das flores que estavam desabrochando com o início da
Primavera. Sentados ao chão de mármore na margem das águas, o Tempo e a Magia mantinham
os olhos sobre os cisnes nadantes do Jardim serenamente.
- Você quer alimentar um deles? - A Magia perguntou abraçando o filho pelos
ombros com um sorriso no rosto, o menor de pele roxeada a olhou e logo para os
cisnes assentindo em excitação. A Deusa passou a mão nos cabelos do filho e
pegou na cesta em frente um pão, partindo-o e dando nas mãos do Tempo, o garoto
fitou a comida por um tempo e então, atirou o pão na água, mas não demonstraram
tanto interesse sem ao menos olhar para ele.
- Ah... – Soou tristemente o Deus criança trazendo o braço estendido
para si, Magia ergueu as sobrancelhas e pegou uma migalha da fatia que o filho
segurava, levando novamente para os cisnes e dessa vez, todos sem exceção, nadaram
rapidamente até as mãos dela e começaram a beliscar a comida vorazmente.
- Viu só? Seja mais gentil. – O Tempo assentiu e estendeu a
mão para as aves, para a alegria do garoto, começaram também a comer de sua
oferta, o que tirou um sorriso puro do rosto da criança e deixando a mãe ainda
mais satisfeita ao ver seu filho feliz.
- Eu posso lhe mostrar uma coisa mamãe? – Tinha em sua voz um
tom de coragem, disse o Tempo a mãe, ela o olhou curiosamente sorrido erguendo
uma das sobrancelhas.
- E o que você tem aí para me surpreender? – Brincou ela enchendo
o rosto do filho de beijos enquanto a criança ria tentando escapar do ataque
sem misericórdia de carinho da Magia, ela parou e o olhou com lentura, o jovem Deus
olhou para os cisnes, eram uma família, mãe e seus filhotes. Ele então estendeu
a mão, seus olhos amarelos ausentes de pupilas brilharam fortemente e em seguida,
os cisnes que comiam da mão da Magia levantaram as cabeças rígidos e estampando
em suas testas, uma pequena ampulheta roxa girando. O Tempo mexeu os dedos
levemente e todos saíram da água em fileira.
Magia olhava a cena em sua frente, o sorriso se esvaiu como água
entre os dedos ao ver seu garoto controlando a mente e as escolhas dos animais
como marionetes, sem pensar duas vezes ela pegou o pulso do tempo e abaixou sua
mão fazendo-o perder toda a conexão com seus “Zumbis” que caíram moles, mas com
vida ao chão.
- Nunca, NUNCA mais faça isso meu amor, você entendeu? Seja
animal ou pessoa. – A preocupação era eminente no tom de voz dela, o Tempo a
olhou assustado e assentiu logo estampando a vergonha de ter sido repreendido
pela mãe, ela o abraçou beijando a cabeça dele.
- Eu mostrei para o pai ontem a noite com os ratos da
clareira, mas ele ficou furioso... – Murmurou tristemente o garoto afundando o
rosto ao seio da Magia buscando abrigo, não era a primeira vez que ela via seu
filho ser negligenciado de forma rude pelo próprio pai, e nada deixava ela num
misto de raiva e tristeza tão grande quanto aquilo. Apertando ainda mais o
filho ao corpo de forma protetiva ela suspirou.
- Eu terei uma conversa com ele meu bem, mas escute a sua mãe
– Ela soltou os braços envolta do garoto e levantou o olhar dele com as mãos suavemente.
– Eu te amo independente de tudo, tudo mesmo.
- Eu também te amo muito mamãe – Ele a abraçou novamente, o
calor do corpo da Magia era aconchegante e o Tempo não queria soltá-la por nada
nesse mundo.
Uma batida seca na porta.
- Senhor? Posso entrar? – Uma voz masculina elegante soou no
vazio como se fosse o próprio vento falando, toda a imagem, o Jardim, a fonte,
sua mãe, tudo desapareceu com o abrir dos olhos do Tempo. Mais um devaneio de
suas memórias de infância.
- Um momento. – Disse o Deus roxo de forma seca e ríspida
levantando de seu divã seguido de uma respiração profunda, olhou para os lados
da enorme biblioteca na qual ele estava, tinha ido atrás de documentos e artigos
antigos de magia escritos por sua mãe antes mesmo dele nascer, mas enquanto os
lia o sono tomou conta de sua mente. Seria isso o motivo de ela o estar atentando
em suas memórias?
- Pode entrar agora, Leão.
A pesada porta da biblioteca se abriu e o Deus da quinta
constelação adentrou pesadamente, levou os olhos rapidamente analisando o
lugar, não era de costume dele entrar em bibliotecas. Seria aconchegante se a
aura pesada e deprimente do Tempo não estivesse infestando o lugar inteiro, conseguia
fazer até alguém alegre e otimista como Leão se sentir mau e querendo distância
o mais rápido possível.
- Você já sabe por que eu te chamei aqui não sabe? – O Tempo
andou até o Catus e o fitou com o olho saudável, era visível que o Deus roxo estava
em seu pior estado mental possível e isso deixou Leão ainda mais desanimado,
era desgastante e perigoso manter um diálogo com ele dessa forma. Mas, ele era
corajoso o suficiente para olhar no olho daquela coisa a altura.
- Diz sobre o meu trabalho sobre o Profeta? – Perguntou o
Catus cruzando os braços e franzindo o cenho, o Deus maior sorriu olhando para
o teto.
- Exatamente, sei que alguma puta já pariu aquele feto comprido
a desgraças a alguns anos, mas... – Os dentes do homem roxo se apertaram soltando
um rangido agoniante para as orelhas sensíveis de Leão, e mesmo com o olho
saudável sendo ausente de pupilas, era evidente que o Tempo olhava para o Catus
novamente como se sugasse sua alma.
- Mas? – Perguntou Leão levantando uma mão e torcendo o
rosto em confusão.
- Eu não sei aonde ele está agora e isso é um triste
problema. – Suspirou o tempo pesadamente e com uma expressão depressiva estampada
na bela e ao mesmo tempo caótica face. – Por isso eu confio esse trabalho a
você, quero que queime todas as cidades humanas nas proximidades, não deixe
nada em pé.
Aquele pedido não surpreendeu Leão de forma alguma, nada que
não fosse de se esperar da mente psicótica do Tempo. Mas seria um trabalho
difícil e cruel para ele, tantas vidas felizes e inocentes iriam virar nada
mais que cinzas para serem levadas pelo vento como se nunca tivessem respirado
o ar antes. Ele podia negar, mas o caos que isso traria seria ainda pior para os
humanos e para ele mesmo, não tinha escolha além de obedecer o maníaco a sua
frente.
- Sim, Nariz Imperial. – Leão disse sem pensar nas palavras,
mas ao ver que a face roxa do Tempo se deformou em desgosto e sua pálpebra tremia
furiosamente, ele abriu a boca respirando fundo. – Perdão, senhor do Tempo e de
toda Lillium. Eu irei imediatamente
fazer o seu... Trabalho de total piedade.
- Você não é tão burro como eu imaginava
no final das contas. – Debochou o deus maior dando as costas para Leão, franzindo
o focinho rosnando ao quente fervilhar de sua pele divina. – O que está fazendo
olhando as minhas costas? Vamos, suma. – Disse irritado se apoiando numa mesa, o
Catus assentiu contendo a raiva e saindo pela grande porta para o corredor, mas
sobretudo sua raiva, estava triste em ter que fazer algo tão horrível.
- Você tem certeza que estamos indo pro lado certo? – A Guerra
berrou no ouvido de Aquário com todo seu pulmão, o Homem das Luzes olhou para o
menor que tremia furiosamente com total desprezo.
- Eu nunca estou errado, e pare de berrar no meu
ouvido. – Reclamou o de pele azul dando uma palmada entre os chifres do pequeno
carneiro dourado, Áries grunhiu colocando as mãos na cintura olhando para
Escorpião que estava ao seu lado durante a caminhada, era madrugada e os três Deuses
haviam partido da forma mais discreta possível de Epipléon e agora estavam no Mundo
Mortal, se não fossem os berros e guinchos que a Guerra soltava periodicamente
por nenhum motivo aparente. Aquário tinha em mãos a bússola feita por Câncer, estava
brilhando de forma incessante e era um ótimo sinal.
- Vamos ser os mais rápidos possíveis, ainda não podemos
confirmar que estamos totalmente isentos dos olhares do Tempo. – Escorpião afirmou
mexendo a ponta da cauda viciosamente, Virgem tombava para os lados como um fio
de borracha desviando dos golpes sem itenção da amiga. – Você está muito calada
desde que saímos. – Olhando para a
Paudha de erguendo uma sobrancelha a Morte fez sua pergunta, a Vida apenas
abriu a boca para falar soltando um som do fundo da garganta como se tivesse esquecido
de falar, e realmente, ela não havia reclamado de nada desde que partiram.
- Tem alguma coisa te incomodando? – Questionou Aquário sem
tirar os olhos da bússola, estavam passando dentro de uma floresta fechada no
exato momento, evitando todos os lugares abertos e de muita visibilidade.
- Antes de nossa conversa e ter ido buscar o artefato com a Câncer,
eu fui visitar o Physis. – A Vida olhou para os colegas, que mantinham as
orelhas em pé em atenção, era visitava o Deus da Natureza periodicamente já que
foi ele quem a criou da essência divina da Vida.
- Mas o que isso te incomoda? Viu alguma coisa que não deveria?
– Questionou a Avci curiosa puxando uma folhagem do cabelo da outra Deusa, Virgem
bateu os dentes juntando as mãos.
- Estava tudo congelado, não havia mais nada além de pedras,
neve e muito gelo... – Em sua voz o pesar, a Paudha colocou uma das mãos sobre
a testa, Escorpião ergueu as sobrancelhas olhando os dois colegas, Áries estava
estagnado, e Aquário emitiu apenas um som de processamento como um computador
antigo. A Floresta do Deus Physis era extremamente importante para todos em
Lillium, e se ela estava congelada era ais um sinal que tudo estava andando
fora das linhas da ordem natural daquele mundo.
- Você ao menos entrou lá dentro, planta? – Cutucou Áries fitando
a Vida intensamente com os olhos vermelhos de rubi, ela rosnou em resposta ao
olhar e negou para a pergunta.
- O gelo era muito forte e não havia aberturas para entrar,
é como se fosse um grande globo de neve envolvendo toda a vida verde e animal de
lá... Mas podemos ter esperanças, ainda existia a energia dele pairando por lá
mesmo que muitíssimo fraca.
- Ele era alguém que podíamos pedir ajuda, mas parece que o Tempo
está mesmo se livrando de tudo que possa ser uma ameaça ao circo dele. – Escorpião
rosnou em desgosto, e ela tinha razão, o Tempo mantinha consigo os piores tipos
de escória que podia se imaginar, se aproveitava de quem se preocupava com ele
e se livrava do que se tornava uma ameaça. Achar o Profeta estava mais próximo
do que os quatro imaginavam. Iriam parar na cidade mais próxima logo e não
podiam simplesmente aparecer em sua forma divina, um disfarce seria adequado
para que não assustassem os mortais e muito menos o objetivo deles, a criança.
- Temos que ter calma, a Bússola parece mais viva a cada instante.
– Levantando a mão gélida, Aquário se pronunciou, felizmente não teriam que
lidar com um bebê humano e esperar até que ele crescesse, seria também arriscado
manter uma Paudha como Virgem na tutela do que para eles era nada mais que um
pedaço de carne. Ele, ou ela, deveria ser uma criança nesse momento ou entrando
na puberdade, se tinha família ou não poderia ser traumatizante arrancar a
criança dos braços da família, portanto torciam que fosse um órfão. Mas independente
de idade, gênero ou linhagem eles só precisam achar ele, e seria mais de meio
caminho andado para a vitória e o fim do caos.
P.S- Meu coração ficou quentinho com o início, mas depois foi puro desgosto - Loida
P.S.: Haha por essa face do tempo vcs n esperavam né? - Fluffy
~Depois de ler a memória do Tempo:
ResponderExcluirE assim iniciou-se o caos!
O Tempo é tipo a Magia com cores opostas, incrível kakska
E incrível também são as descrições, continuo adorando elas <3
Vish, imagina a Gruti perto de um bebê, tem que rezar pra ela não comer ele! Don't touch the child!
Alias, engraçado, o Profeta sempre será um humano? Ele reencarna?
O Tempo está oficialmente descrito como um louco de pedra, sem exceção, apenas salve a Lua das mãozinhas dele.
~ESTOU ESPERANDO!
Engraçado que nunca tinha reparado essa inversão de cores dos dois KKKKKKK, tankis, a gente se mata pra descrever e ficar claro pra compreensão. / Gruti não é muito contida no que ela faz nn, / É tipo o tio Iroh com a Azula "Ele é louco q precisa ser derrubado''
ExcluirHihi, por aí
ExcluirMeodeos, nunca tinha notado isso na vdd LKKKKKKKKKK (e eu fiz o design da Magia <:D)
Por isso q tem q jogar alcu em gruti, pra ela se CONTROLAR
Eee não, pode ser qualquer espécie, tipo um catus, harpia, etc
Doido de pedra é pouco, mlk é doido da montanha inteira KKKKKKKKKKKKK
Seria cômico se não fosse triste ㅇㅅㅇ
BYE
P*ta que pariu olha a obra de arte mlk, único defeito é aquele treco roxo :)
ResponderExcluirOlha a brutalidade do menino auhsush
Vontade de dar dois tapa no pé da orelha >:/
Ixi picolé de Physis
Ñ DEXA GRUTI CHEGAR PERTO DO PROFETA Ñ, BATE NELA, USA UM ISQUEIRO >:C
Tô com a Kaks, cadê a cavalaria pra resgatar nossa Luazinha ;-;
Desenho foda, palmas pra loida 👌😔
ExcluirLLKKKKKKKKKKKK tadinho ele era só um kid, mas sim merecia uns tapa
A radiação tá congelada fml
ALCU EM GRUTI POHAA
Lua: ☺️